Desemprego fecha 2012 em 5,5%, menor taxa em 11 anos
Ainda que a taxa de desemprego esteja num patamar reduzido, criação de vagas formais despencou no ano passado. Taxa de dezembro ficou em 4,6%
Embora o Brasil tenha registrado em 2012 a pior criação líquida de empregos desde 2009 – 1,302 milhão de vagas formais, queda de 33,05% em relação a 2011 – a taxa de desemprego no país fechou o ano passado em 5,5%, a menor da série histórica iniciada em 2002, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. O indicador caiu 0,5 ponto porcentual em relação ao ano anterior.
No mês de dezembro, a taxa de desemprego ficou em 4,6%, também a menor da série, de acordo com o IBGE. A taxa caiu 0,3 ponto porcentual em relação ao apurado em novembro e recuou 0,1 ponto percentual em comparação ao mesmo mês de 2011.
Ao todo, 1,1 milhão de brasileiros estavam desocupados no fim de dezembro – 6% menos que novembro. Em dezembro, o total de pessoas ocupadas foi 72.000 a mais do que no mês anterior. Já a população ocupada somou 23,4 milhões de pessoas naquele mês, estatisticamente o mesmo número registrado em novembro e 3,1% maior do que o apurado em dezembro de 2011.
Rendimento – Entre 2003 e 2012, o poder de compra do salário de um trabalho aumentou 27,2%. Em 2012, a média de salário dos empregados foi de 1.793,96 reais, crescimento de 4,1% em relação a 2011. Contudo, na comparação de novembro com dezembro, o salário do brasileiro caiu 0,9%, a 1805 reais.
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Ainda que a taxa de desemprego esteja num patamar reduzido, a desaceleração do mercado de trabalho é implacável. Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto a outubro – o trimestre “natalino” no qual se observa o maior número de contratações temporárias em fábricas – mostram que foram criados 104 mil postos de trabalho na indústria ante 114 mil no mesmo período de 2011, enquanto na tabela dos anos anteriores esse saldo superava os 200 mil trabalhadores. As demissões só não foram maiores porque, em 2012, diversos segmentos estavam “amarrados” com o governo, como é o caso do setor automotivo. Em troca do recebimento de benefícios fiscais, empresas tiveram de congelar demissões.
De acordo com o Caged, em 2012 666.160 vagas líquidas foram abertas no setor de serviços, enquanto a indústria empregou apenas 86.406 postos. O comércio e a construção civil foram responsáveis por 372.368 e 149.290 vagas, respectivamente. E o setor de extrativismo mineral e agricultura aumentaram em 10.928 e 4.976 seus funcionários, enquanto a administração pública foi a que menos contratou – apenas 1.491 pessoas.