Depois de expulsar presidente, BC argentino aumenta pressão sobre filial do Citibank
Na última semana, o BC argentino determinou a expulsão do executivo do banco, Gabriel Ribisich, alegando o descumprimento da lei local
O Banco Central da Argentina realizará na segunda-feira uma inspeção geral da filial local do Citibank, após ter suspendido seu presidente por ele ter firmado acordos com os fundos abutres – nome dado a fundos de investimento que negociam ativos de países em moratória. O governo Kirchner e os fundos travam um embate jurídico nos Estados Unidos em torno do pagamento de rendimentos relativos a títulos da dívida argentina no período em que o país entrou em moratória.
Na última semana, o BC argentino determinou a expulsão do executivo do banco, Gabriel Ribisich, alegando o descumprimento da lei local. Desde então, a subsidiária do Citi está sem comando. “Queremos saber se dada a atual situação de acefalia, o banco conta com representantes legais que garantam que não há problemas com os clientes e os trabalhadores”, explicou o presidente do Banco Central, Alejandro Vanoli, neste domingo.
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A Comissão Nacional de Valores da Argentina (CNV) também havia suspendido o Citibank Argentina das operações no mercado de capitais. A sanção foi adotada depois do acordo assinado por Ribisich, em nome do Citibank, com o fundo abutre NML, no contexto do processo contra a Argentina conduzido pelo juiz federal de Nova York, Thomas Griesa. Os fundos abutres são detentores de títulos da dívida argentina, mas não aceitaram renegociá-la quando o país deu o calote, na década de 2000. Por isso, exigem na Justiça o pagamento integral dos títulos – montante superior ao recebido por aqueles que aceitaram a reestruturação, que correspondem a 93% dos credores.
O Citibank é agente de pagamento local da dívida reestruturada argentina. Os fundos tentam travar o pagamento da dívida renegociada para pressionar a Argentina a liberar a quantia de 1,33 bilhão de dólares, que equivale ao total dos títulos.
O acordo firmado entre o Citibank e os fundos permite ao banco cumprir apenas dois pagamentos – um feito no fim de março e outro previsto para junho -, apesar de a lei argentina obrigar a instituição a realizar todos eles. Tal manobra foi entendida pelo governo Kirchner como ilegal.
(Com Agência France-Presse)