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Crise na Espanha se acentua, mas governo rejeita resgate

Por Da Redação
23 jul 2012, 12h39

A Espanha, imersa em uma crise sem precedentes e em um cenário de forte descontentamento social, se mostrava incapaz nesta segunda-feira de devolver a confiança aos mercados, que apostam na necessidade de resgate do país apesar de o governo descartar essa possibilidade.

“A Espanha é um país solvente, o que permitirá que as dificuldades sejam superadas”, afirmou nesta segunda-feira o ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos, ante a comissão econômica da Câmara dos Deputados, onde explicou o plano de ajuda europeu aos bancos do país, medida que foi formalmente adotada na sexta-feira.

De Guindos voltou assim a descartar a existência de um plano global de resgate para seu país, apesar do aumento dos temores dos mercados, que geram brusca queda na Bolsa de Madri e que elevaram a taxa de risco espanhola a novos patamares históricos.

“A Espanha possui capacidade de crescimento e não tem os problemas de outros países resgatados e por isso não vai ser resgatada”, disse o ministro ante a comissão econômica da Câmara dos Deputados.

O ministro atribuiu a incerteza e a volatilidade ao comportamento irracional dos mercados, “problema esse que vai além da capacidade dos governos”, disse, em alusão à necessidade de que o Banco Central Europeu compre dívida dos países em dificuldades no mercado secundário, como Espanha e Itália.

No sábado, o ministro de Assuntos Exteriores, José Manuel García-Margallo, pediu ao Banco Central Europeu para que compre dívida espanhola para colocar fim à especulação dos mercados contra o país.

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Para diminuir a especulação, a autoridade reguladora espanhola proibiu a partir desta segunda-feira, durante três meses, as vendas a descoberto. A Itália seguiu o mesmo caminho, mas as proibiu apenas para as ações de bancos e companhias de seguros e apenas por uma semana.

A venda a descoberto (short selling, em inglês) é uma ferramenta de venda de um ativo financeiro ou derivativo que não se possui, esperando que seu preço caia para então comprá-lo de volta e lucrar na transação.

A Espanha se encontra nesta segunda-feira no olho do furacão, com o mercado não dando o menor crédito à ajuda da Eurozona aos bancos do país de 100 bilhões de euros, firmada oficialmente na sexta-feira.

O pessimismo do mercado ficou ainda maior após o anúncio feito na sexta-feira pela Comunidade de Valência, uma das 17 comunidades autônomas mais endividas, de que a região precisará de ajuda financeira do Estado para pagar suas dívidas.

“Os mercados sabem que outras regiões devem fazer o mesmo, o que amplia a probabilidade de o país pedir um resgate”, resumiu Christian Schulz, analista do Berenberg Bank.

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A desconfiança dos mercados pressionava a taxa de risco espanhola – a diferença paga pela emissão de título da dívida a dez anos com relação aos títulos alemães – que se situava a 634 pontos pela tarde, enquanto que o rendimento exigido no mercado secundário se elevava a 7,48%, o mais alto desde a criação da zona do euro e um nível insustentável para a solvência do país.

A Bolsa de Madri, por sua vez, apresentava forte queda, com o Ibex 35 apresentando chegando a apresentar recuo de mais de 5%, após o fechamento em baixa de 5,82% na sexta-feira.

Para piorar ainda mais a situação dos mercados, o Banco da Espanha anunciou a aceleração da recessão no segundo trimestre, com uma contração do PIB de 0,4%, contra 0,3% nos dois trimestres anteriores.

O descontentamento social se amplia na mesma medida em que os índices recuam. Os sindicatos exigem um referendo sobre o plano de austeridade do governo, que prevê uma alta do IVA e a supressão do pagamento de salários extras de Natal, além de outras medidas destinadas a economizar 65 bilhões de euros até 2014.

Com isso, centenas de funcionários voltaram às ruas para protestar.

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A oposição de esquerda duvida da eficácia do plano de ajuda aos bancos e é contra novos cortes, que se somam aos contemplados no orçamento de 2012.

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