Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Cota dos EUA vai diminuir exportação de aço brasileiro

Haverá uma redução de 7,4% nas exportações de aço semiacabado, na comparação com 2017

Por Estadão Conteúdo
3 Maio 2018, 13h03

A imposição de cotas pelos Estados Unidos para a importação de aço do Brasil deve reduzir as exportações para o mercado americano. Na comparação com 2017, haverá uma redução de 7,4% nas exportações de aço semiacabado, que representam 80% das vendas para aquele mercado. Para os produtos acabados, a queda será de 20% a 60%, dependendo do produto. No ano passado, as exportações de aço para os EUA renderam 2,5 bilhões de dólares (cerca de 8,8 bilhões de reais).

O Instituto Aço Brasil (IABr) divulgou nota ontem informando ‘não teve outra alternativa senão aceitar a imposição’ dos Estados Unidos de aplicar cotas para a importação do aço brasileiro. “Tal decisão deveu-se, em grande parte, à necessidade do setor manter nível das exportações que evite reduzir ainda mais o nível de utilização da capacidade de produção instalada no Brasil, hoje em 68%, tendo em vista a lenta retomada do mercado interno.”

 

A cota será dada pela média das exportações brasileiras para os Estados Unidos no período de 2015 a 2017. No caso dos produtos acabados, será aplicado ainda um redutor de 30% sobre a média. Esse redutor não será aplicado aos semiacabados, que são insumo para a indústria local. “Exportação continua sendo vital”, disse Marco Polo Mello Lopes, presidente do IABr.

Continua após a publicidade

Para o executivo, “o acordo não foi de todo ruim”, principalmente porque foi apresentado num formato “pegar ou largar”.

Na segunda-feira, os americanos, que vinham dialogando sobre a possibilidade de excluir o Brasil das sobretaxas ao aço e ao alumínio anunciadas em março, deram suas negociações com o Brasil por encerradas e colocaram sobre a mesa duas opções: cota ou sobretaxa de 25% sobre as vendas de aço e de 10% sobre as de alumínio.

Com base nisso, o presidente Donald Trump disse na noite de segunda-feira que havia um acordo “em princípio” com o Brasil e faltariam fechar os detalhes. O governo brasileiro negou. “Foi uma decisão unilateral, é bom deixar isso muito claro”, afirmou ontem o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse que os americanos não deixaram opção.

Acertos

Segundo o presidente do IABr, a proposta das cotas será aceita e a entidade discutirá com seus associados a distribuição dos volumes a serem exportados aos EUA. O sistema de cota é do tipo “duro” – ou seja, volumes acima da cota não poderão ser exportados, nem se pagarem a sobretaxa de 25%.

Continua após a publicidade

“Nós estamos pedindo que os EUA mantenham o volume das nossas exportações para o comércio americano”, disse Marcos Jorge. Uma hipótese seria alterar o critério de cálculo da cota, usando como base apenas o ano de 2017, já que em 2015 e 2016 as vendas foram menores. Esse foi o pedido apresentado pelo IABr, segundo Lopes. Ele acrescentou que haverá um sistema de monitoramento das exportações e que, dependendo, poderá haver algum tipo de ajuste. “Nossa visão é que faltará aço nos Estados Unidos.”

Alumínio

Embora o governo brasileiro tenha colocado numa nota conjunta dos Ministérios da Indústria e das Relações Exteriores que o setor de alumínio optou pela sobretaxa de 10%, a informação foi negada pelo presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Milton Rego. Ele afirmou que essa é uma opção menos ruim do que a cota. Mas, como o governo dos EUA deu um prazo adicional para concluir as negociações, ele prefere esperar.

Para o alumínio, os EUA ofereceram uma cota de 41.000 toneladas, correspondente à média exportada nos últimos cinco anos. No entanto, as exportações do ano passado somaram 55.000 toneladas. E o ritmo das vendas neste ano aponta para 60.000 toneladas. A cota oferecida pelos americanos não acomoda nem o que já foi contratado de exportações neste ano.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.