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Coronavírus: Comércio eletrônico cresce 29% no início de abril

De 16 segmentos analisados, só o de brinquedos teve retração, segundo pesquisa da ABComm/Konduto; eletrodomésticos e cosméticos lideraram altas

Por Alessandra Kianek 16 abr 2020, 20h57

O movimento forçado do fechamento de lojas físicas e do isolamento social da população, causado pelo avanço da pandemia do novo coronavírus, levou a uma mudança do comportamento do comércio eletrônico brasileiro desde o início de março. Na segunda quinzena do mês passado, período marcado pelo início da quarentena, e consequentemente, pela incerteza e pelo temor do que estaria por vir, as vendas, em geral, caíram 19,2% – com destaques positivos, porém, em alguns setores, como supermercados, farmácias e jogos. Agora, no entanto, a curva mudou.

Na quinzena terminada no dia 8 de abril, as compras voltaram a se intensificar na média geral de todas as categorias, com aumento de 28,8%. Os dados são de levantamento realizado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) com a Konduto, empresa especializada em risco e prevenção à fraude no e-commerce, que analisou mais de 20 milhões de pedidos em 4.000 lojas virtuais de produtos físicos (não inclui venda de serviços, como viagens). Dos 16 segmentos analisados, apenas um registrou retração nas vendas neste começo de abril, o de brinquedos e jogos (-37,5%), após crescer mais de 400% na quinzena anterior. Os setores que tiveram maiores aumentos nas compras foram: eletrodomésticos (96,7%), cosméticos (88,0%), moda (62,7%).

Diante de um cenário global inesperado, muitas empresas se reinventaram e passaram a oferecer seus produtos pela internet e o delivery passou a ser uma alternativa factível. Não por acaso, a Ozllo, hub de serviços para o setor de moda que atua no meio digital como marketplace, observou sua receita mais que triplicar em março. Na comparação com o mês anterior, a empresa registrou aumento de 348% em seus ganhos, puxado pelo crescimento de 82% no número de pedidos na sua loja virtual. Na esteira pelo aumento da procura por álcool em gel, as vendas de lenço antisséptico também cresceram. A FreeCô viu a demanda pelos seus lenços saltarem no seu canal on-line de 199 unidades em fevereiro para 5.363 unidades no final de março.

As primeiras análises dos indicadores de crescimento do comércio digital mostram que essa transformação repentina causada pelo coronavírus veio suprir uma questão de falta de demanda pontual, mas que, se bem aproveitada por algumas categorias, pode se transformar num canal de vendas mais vigoroso. Segundo especialistas em comércio eletrônico, quem melhor se adaptar sairá mais fortalecido.

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