Copom sinaliza que Selic vai cair ainda mais
Ata do comitê avalia que o aumento na oferta de poupança externa e a redução no custo de captação contribuem para a queda dos juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central atribuiu em sua última reunião ter “elevada probabilidade” à concretização de a taxa básica de juros se deslocar e se estabilizar no patamar ligeiramente acima dos mínimos históricos. O piso já alcançado na taxa básica de juros é de 8,75%, que vigorou entre julho de 2009 a abril de 2010.
“O Copom atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos, e nesses patamares se estabilizando”, informou o BC na ata da última reunião do Copom.
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Para o economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, o piso da redução da taxa Selic neste ciclo monetário será de 9%. Ele afirmou ainda que o crescimento econômico está abaixo do potencial.
“Esse crescimento abaixo do potencial referendou o corte de 0,75 ponto na última reunião”, afirmou Velho.
Pesquisa recente da Reuters mostrou que, na mediana dos especialistas consultados, o Copom optaria por cortes na Selic que a levariam a 8,5% no fim do ano, o que seria o um novo recorde histórico.
Na ata, o Copom reforça a avaliação de que o aumento na oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação têm contribuído para a queda das taxas de juros domésticas, inclusive da taxa neutra. Para o Copom, esses são desenvolvimentos de caráter permanente.
O Comitê informou ainda que houve redução dos prêmios de risco em consequência do cumprimento da meta de inflação, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais.
“O processo de redução dos juros foi favorecido por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito bem como pela geração de superávits primários consistentes com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e PIB”, diz a ata.
Na semana passada, o Copom acelerou o passo e reduziu a taxa básica de juros do país em 0,75 ponto percentual, para 9,75% ao ano, voltando ao patamar de um dígito depois de quase dois anos.
Crescimento – A diminuição dos juros básicos vai ao encontro da grande preocupação do governo: estimular a economia e garantir um crescimento na casa de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Em 2011, a economia brasileira cresceu apenas 2,7%, puxado por um mau desempenho da indústria.
Para tanto, a equipe da presidente Dilma Rousseff tem deixado claro que vai anunciar mais medidas para acelerar o crescimento da atividade, sobretudo na indústria.