A presidente Dilma Rousseff enviará o projeto de criação do Banco do Sul ao Congresso no mês que vem, disse nesta quarta-feira o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. A entidade — da qual participam os governos de Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela — servirá, segundo ele, para “proteger” a região da crise.
Garcia afirmou que América do Sul “já enfrenta problemas de crédito” derivados da crise global, por isso “a ideia do Banco do Sul deve avançar mais rápido, pois ajudará a resolver uma série de problemas”. Segundo ele, a instituição será uma “nova ferramenta” para “proteger” a região.
De acordo com a ata de constituição, o Banco do Sul contará com recursos autorizados de 20 bilhões de dólares e um capital assinado de 10 bilhões de doláres. A contribuição inicial de seus sócios para a entidade será de 7 bilhões de dólares. Desse total, Garcia disse que o Brasil participaria com 2 bilhões.
Segundo o assessor, o Banco do Sul facilitaria os projetos criados para integrar as cadeias produtivas regionais, o que seria um elemento de estímulo ao emprego.
Crise da Europa – Garcia reconheceu que, apesar de a União Europeia (UE) ter dado alguns passos em sua tentativa de resolver a crise, persistem a “preocupação” e as “dúvidas” em relação ao futuro imediato e à repercussão que esses desajustes podem ter na América do Sul. “Esta região continua sendo muito dependente dos países desenvolvidos. Por isso nada do que acontecer nos será alheio”, comentou.
O assessor também alertou que algumas das soluções debatidas na Europa podem ter consequências políticas derivadas do crescente descontentamento social, o que poderia criar “novas ameaças” aos mercados mundiais. Por essa razão, explicou que Dilma decidiu incluir o projeto de criação do Banco do Sul entre suas prioridades para o próximo ano.
(Com EFE)