Como as novas ondas da Covid-19 impactaram os empregos dos EUA
Pedidos de auxílio desemprego no final do ano ficaram abaixo da expectativa do mercado, sinalizando baixos danos das novas ondas do coronavírus na economia

Além de atentos ao conflito político no Capitólio dos Estados Unidos, os mercados amanheceram nesta quinta-feira, 7, com o olhar voltado para os dados divulgados pelo Departamento de Trabalho sobre os pedidos de seguro desemprego na semana encerrada no dia 2 de janeiro. A informação é um importante termômetro sobre de que forma as novas altas no número de infectados pelo coronavírus está impactando a economia em um momento em que a população americana já começou a ser vacinada.
De acordo com os dados revisados, na última semana de dezembro, foram 787 mil pedidos de seguro desemprego, 3 mil a menos que o nível da revisão anterior. Essa é uma boa notícia, uma vez que os mercados esperavam um aumento para 800 mil requisições. Além disso, a média móvel de quatro semanas ficou em 818.750, ou seja, 18.750 a menos que a média revisada na semana anterior. Na sexta-feira, saem os dados do Payroll, que consolidam o comportamento do mercado de trabalho.
O número abaixo do esperado nos pedidos de auxílio significa que o caminho fiscalista adotado pelos Estados Unidos, de estimular a economia por meio de pacotes fiscais, está dando bons resultados. No final de 2020, em meio aos questionamentos de Donald Trump sobre a legitimidade das eleições, ele enfim aprovou mais um pacote de auxílio fiscal após inicialmente negar a assinatura. A um valor de 600 dólares por beneficiado, que totalizará 900 bilhões para os cofres públicos, o pacote se mostra fundamental para impulsionar a economia americana nos próximos meses.
“Havia uma preocupação do mercado de que o desemprego se desaceleraria por conta do aumento de novos casos do coronavírus, e isso não aconteceu de forma muito relevante”, diz Thomás Gibertoni, economista da Portofino Multi Family Office. Somada à confirmação do congresso americano sobre vitória do democrata Joe Biden, esses dados trazem otimismo para os investidores que esperam que o mercado financeiro americano entre em um novo ciclo de altas.