Comissão Europeia confia em ‘estabilidade política’ na Itália
Para José Manuel Barroso, se o programa de reforma no país for plenamente implementado aumentará significativamente o potencial de crescimento do país
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, declarou nesta quarta-feira “confiar na estabilidade política da Itália. Em uma declaração conjunta emitida após reunião com o primeiro-ministro italiano Mario Monti, Barroso considerou que se o atual programa de reforma no país for “plenamente implementado, aumentará significativamente seu potencial de crescimento”.
O encontro entre Monti e Barroso foi oficialmente dedicado à preparação da Cúpula Europeia, que acontecerá entre os dias 12 e 14 de março, em Bruxelas, que estudará a coordenação das políticas da UE em matéria de orçamento, economia e emprego. “A crise ainda não acabou e não devemos diminuir os esforços”, ressaltaram os líderes. “Isso significa continuar com os esforços de consolidação (orçamentária) e de reforma” para “criar crescimento e emprego, e aumentar a competitividade, garantindo a estabilidade fiscal”, destacaram.
A Comissão Europeia fez um apelo na terça-feira para que a Itália “cumpra seus compromissos” referentes ao orçamento e reformas, e disse ter recebido a “mensagem de preocupação” dos cidadãos italianos após as eleições legislativas.
Crise política – O país vive um impasse político. As votações para a escolha dos membros do parlamento italiano terminaram na noite de segunda-feira, sem que houvesse, ainda, uma clara vitória. Apesar de Pier Luigi Bersani despontar na frente, representando a coalização de centro-esquerda, ainda não há garantias de que ele conquiste a maior parte das cadeiras – sobretudo devido à ascensão do ex-premiê Silvio Berlusconi e sua coalizão de centro-direita.
Mario Monti, o tecnocrata que assumiu o governo após a saída de Berlusconi, sofreu nas urnas os efeitos de suas impopulares medidas de austeridade, ficando em quarto lugar na corrida eleitoral. O terceiro lugar ficou com o controverso Beppe Grillo, o candidato que se opõe ao euro e a todas as medidas de austeridade.
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(com Agence France-Presse)