Comissão Europeia atribui à EUA culpa pelo que acontece com Europa
O presidente da comissão, José Manuel Barroso, disse a jornalistas que a liberalidade do sistema financeiro americano é o pivô da crise do euro
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso atribuiu aos bancos americanos a culpa pelo que está acontecendo com a Europa, diante de pergunta de jornalista em intervalo da Cúpula do G20, no México. A informação é do site do jornal britânico The Guardian, nesta terça-feira.
Ao ser questionado sobre o porquê que os Estados Unidos deveriam arriscar seus ativos para ajuda a Europa, Barroso respondeu: “Francamente, nós não estamos aqui para receber lições em termos de democracia ou em termos de como lidar com a economia. Esta crise não veio da Europa, mas originária da América do Norte e muito de nosso sistema financeiro foi contaminado por práticas nada ortodoxas de vários setores do mercado financeiro (americano)”. Ele pede que os líderes reunidos falem claramente sobre a estratégia que a União Europeia está seguindo.
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disse que a reunião do G20 mostrou que todos os países da zona do euro e seus líderes da União Europeia estão encorajados a resolver a crise. A chanceler alemã Angela Merkel é a que sofre mais pressão na cúpula porque tem defendido fielmente as medidas de austeridade fiscal dos outros países, como solução básica para conter o avanço da dívida pública e agravamento da crise.
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Porém, outros líderes, como o chanceler britânico George Osborne pedem que ela abrande os planos fiscais para dar espaço para o crescimento econômico. Barack Obama é um dos líderes que também tem outra visão sobre o assunto e ainda pede que a UE reveja as condições do resgate dado à Grécia de 140 bilhões de euros. Este é um dos pontos de discordância entre os países reunidos no México neste início de semana. Angela Merkel, porém, já deixou claro que não vai amenizar as medidas impostas a Grécia.
No domingo, o partido Nova Democracia, de direita e pró-euro, venceu a maioria das eleições parlamentares, mas ainda sofre para buscar apoio político. Porém, a notícia pouco acalmou os mercados, que ainda veem uma situação precária no país e na região do euro, especialmente Espanha e Itália.
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“O mundo espera que os europeus falem o que eles querem fazer”, reitera Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial. Ele prevê um confronto entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Europa no fim do verão do hemisfério norte, caso não haja uma decisão definitiva sobre os novos passos da região.
Além disso, é esperado que Mariano Rajoy, primeiro-ministro da Espanha, um dos países vistos com mais cautela hoje, fale sobre o pedido de 100 bilhões de euros de fundos europeus para sanar os bancos em dificuldade.