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Combustíveis ficam mais caros, mas inflação desacelera em novembro

IPCA ficou em 0,41%, de acordo com o IBGE; em 12 meses, o índice de preços acumula alta de 5,9%, ainda acima do teto da meta

Por Larissa Quintino Atualizado em 9 dez 2022, 10h17 - Publicado em 9 dez 2022, 10h12

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 0,41% em novembro. A taxa, entretanto, é menor que a registrada em outubro, de 0,59%. Com isso, a inflação acumulada no ano chega a 5,13% e, nos últimos 12 meses, a 5,90%, ainda acima do teto da meta, que é de 5%.

Apesar da desaceleração da inflação, há alguns pontos de atenção no índice de preços. Segundo os dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, 9, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro. Os grupos Transportes (0,83%) e Alimentação e bebidas (0,53%) foram os que impactaram de forma mais expressiva o índice do mês. Juntos, os dois contribuíram com cerca de 71% do IPCA de novembro. A alimentação, apesar da alta, cresceu em ritmo menor que em outubro, o que ajuda a justificar a desaceleração da inflação no mês.

A alta do grupo Transportes foi provocada, principalmente, pelo aumento dos combustíveis (3,29%), que em outubro haviam recuado 1,27%. Os preços do etanol (7,57%), da gasolina (2,99%) e do óleo diesel (0,11%) subiram em novembro. A exceção foi o gás veicular, com queda de 1,77%.“A alta da gasolina está ligada ao aumento do preço do etanol. Isso ocorreu por conta de um período de entressafra da produção de cana de açúcar. A gasolina leva álcool anidro em sua composição”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Além das altas de emplacamento e licença (1,72%), automóvel novo (0,50%) e seguro voluntário de veículo (0,97%), que contribuíram conjuntamente com 0,07 p.p. No lado das quedas, os preços das passagens aéreas recuaram 9,80%, após as altas de 8,22% em setembro e 27,38% em outubro.

Já em Alimentação e bebidas, os maiores responsáveis pela alta de 0,53% foram os alimentos para consumo no domicílio (0,58%). As maiores variações vieram da cebola (23,02%) e do tomate (15,71%), cujos preços já haviam subido em outubro (9,31% e 17,63%, respectivamente). Houve alta também nos preços das frutas (2,91%) e do arroz (1,46%). “No caso da cebola tivemos uma redução da oferta nacional, principalmente do Nordeste, mas também de outros locais como São Paulo e Minas Gerais. Essa diminuição não foi coberta por importações porque não existe uma grande oferta de cebola no mercado externo. Em relação ao tomate, a oferta costuma ser afetada pelo fator clima. Nesta época do ano, a safra de inverno já está esgotada”, acrescenta Kislanov.

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No lado das quedas, o destaque foi o leite longa vida (-7,09%), assim como já havia acontecido nos meses anteriores. No ano, a variação acumulada do produto, que chegou a 77,84% em julho, está agora em 31,20%. Houve recuo também nos preços do frango em pedaços (-1,75%) e do queijo (-1,38%).

Nos outros grupos, a maior variação veio de Vestuário (1,10%), ficando acima de 1% pelo quarto mês consecutivo. O grupo Saúde e cuidados pessoais (0,02%) ficou próximo da estabilidade, mostrando uma desaceleração em relação a outubro (1,16%). Habitação (0,51%), por sua vez, ficou acima do observado no mês anterior (0,34%).

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