Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Com imóveis encalhados, construtoras tentam estancar perdas

Setor passa por um período de crise por causa da falta de crédito disponível nos bancos

Por Da Redação
25 Maio 2015, 10h07

O lema deste ano entre as incorporadoras imobiliárias é sobreviver. Endividadas com milhares de imóveis encalhados, as empresas se viram obrigadas, nos últimos meses, a lidar com uma nova variável: a falta de crédito para construir e para que seus clientes consigam concretizar a compra da casa própria. A expectativa é de que o governo federal divulgue em breve um pacote de medidas para destravar o financiamento imobiliário. Enquanto o socorro de Brasília não vem, as companhias estão buscando alternativas para estancar as perdas.

A meta é evitar, a todo o custo, que os clientes (mesmo os que tiveram o financiamento negado pelo banco) devolvam os imóveis. Os chamados “distratos” são duplamente negativos para as construtoras, que podem ter de brigar na Justiça para reter o dinheiro já recebido como pagamento do imóvel e somar mais um produto parado no estoque, gerando gastos.

Leia também:

Apertem os cintos, o crédito sumiu!

A crise chegou para o mercado imobiliário. É a hora de comprar?

Continua após a publicidade

A saída encontrada por algumas delas tem sido facilitar a troca de imóveis dentro da carteira de produtos da construtora. “Essa prática sempre existiu, mas nunca foi fomentada pelas companhias”, diz Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da imobiliária Abyara Brasil Brokers. “Agora, isso está sendo incentivado porque ninguém, neste momento, quer perder clientes.”

Com dívida de 6,3 bilhões de reais e distratos que somaram 254 milhões de reais no primeiro trimestre, a PDG é uma das mais agressivas na estratégia de troca de imóveis. A empresa criou um departamento de retenção, cujo foco é atender os clientes com esse tipo de proposta. No escritório da empresa em São Paulo, o corretor Alexandre Matsui tem feito, em média, uma troca por semana. “Estou no mercado há seis anos e nunca tinha visto um movimento desse tipo. Antes, eu convencia o cliente a comprar. Agora, eu tenho de convencê-lo a trocar.”

Na PDG, há casos de investidores que substituíram o financiamento de três imóveis pelo de um, ou de uma aposentada que trocou um apartamento de 6 milhões de reais por outro de 1 milhão de reais, no Rio, para garantir o crédito com o banco.

Outra empresa atingida pela crise, a Gafisa lançou neste mês uma campanha publicitária com o mote “Risco Zero” em que facilita a troca de unidades, suspende por seis meses o pagamento das parcelas se o cliente ficar desempregado e devolve a diferença, caso o imóvel vendido seja anunciado por um preço mais baixo. A estratégia visa reduzir o nível de imóveis em estoque, que acumulou 2,1 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano.

Continua após a publicidade

“As empresas estão usando a criatividade”, diz Eduardo Luque, sócio da PwC Brasil. “Quanto mais tempo demorar para melhorar o acesso a crédito, mais elas serão penalizadas.” De janeiro a março, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis recuou pela primeira vez desde 2002. Foram liberados cerca de 24 bilhões de reais, queda de 4,6% em um ano. Na contramão, a poupança acumulou saque de 29 bilhões de reais até abril. Mantido o mesmo ritmo de retiradas, a projeção para 2015 indica saída líquida de 74 bilhões de reais ou 60% do financiamento imobiliário feito em 2014, de 112 bilhões de reais. Com este cenário, a agência de risco Fitch calcula que o volume de distratos deve atingir os 7 bilhões de reais neste ano.

Leia mais:

Incorporadoras lucram 97% menos no 1º trimestre

Governo estuda liberar R$ 40 bi da poupança para financiar mercado imobiliário

Continua após a publicidade

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.