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Com dívida bilionária, João Santos entra com pedido de recuperação

Conglomerado pernambucano dono da Cimento Nassau foi acometido por conflitos de herdeiros e operações da Polícia Federal nos últimos anos

Por Felipe Mendes Atualizado em 23 dez 2022, 14h22 - Publicado em 23 dez 2022, 12h24

O grupo empresarial pernambucano João Santos, que chegou a ter mais de 40 empresas no passado, incluindo a Cimento Nassau, usinas de açúcar e a Rede Tribuna de televisão e rádio, entrou com um pedido de recuperação judicial, com dívidas avaliadas em mais de 11 bilhões de reais. O conglomerado tem passado por uma crise econômica em consequência de má gestão e de brigas entre os herdeiros de seu fundador.

Em 2021, a empresa foi afetada pela Operação Background, realizada pela Polícia Federal para investigar um suposto esquema criminoso protagonizado pelos irmãos José e Fernando Santos, que estavam à frente do grupo. Os dois teriam cometidos crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, fraudes e execuções trabalhistas, além de formação de quadrilha. Os irmãos que administravam o grupo são suspeitos de calote em oito mil ex-funcionários e no governo federal. No passado, em maio de 2006, uma de suas empresas, a cimenteira Itapicuru Agro Industrial, foi flagrada com 49 trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão. De acordo com a PF, a administração teria transformado um passivo tributário avaliado em 8,6 bilhões de reais em patrimônio pessoal.

A história do grupo é marcada pelo crescimento no mercado nordestino, onde, no passado, encontrou um ‘oceano azul’, um mercado aberto, aproveitando a pouca presença de competidores relevantes, sobretudo no ramo de materiais de construção. Esse posicionamento foi vantajoso durante muito tempo, permitindo ao grupo adquirir jazidas de calcário por todo o Brasil, e estabelecer unidades fabris de cimento em estados como São Paulo e Espírito Santo. No entanto, os impactos da crise no México fizeram com que o Grupo João Santos sofresse com o endividamento em dólar e tivesse de se desfazer de sua fábrica em São Paulo, principal mercado para o setor no Brasil.

Agora, com dois novos executivos de fora da família assumindo a gestão, o grupo passa por um processo de reestruturação. A dívida tributária está sendo negociada com a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) e as dívidas trabalhistas têm sido quitadas por meio da venda do patrimônio imobiliário e de outros ativos. O grupo está buscando recursos no mercado para financiar o pagamento de impostos e das dívidas trabalhistas. Para o futuro, os planos de negócios incluem a venda de ativos, e o posicionamento estratégico de permanecer em mercados onde a competitividade do grupo for maior.

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