Cláusula controversa aparece em 2007 em balanço de grupo belga
A 'put option' está no balanço anual da NPM/CNP, holding que controla a Astra e tem ações na bolsa Euronext, em Bruxelas
O grupo belga Astra Oil já informava, em documento divulgado em 2007, que a sociedade com a Petrobras na refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), previa a cláusula de put option, que permitiu que o grupo europeu vendesse sua participação para a estatal, resultando no aumento do valor do negócio. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo. A put option está no balanço anual da NPM/CNP, holding que controla a Astra e tem ações na bolsa Euronext, em Bruxelas. O documento foi divulgado pela empresa.
De acordo com o jornal, a presidente Dilma Rousseff disse que só soube dessa cláusula em março de 2008 e que o resumo executivo elaborado pelo então diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Ceveró, omitia a put option. Em nota encaminhada à reportagem do jornal, Dilma disse que, se tivesse conhecimento dessas condições à época em que o negócio foi fechado, “seguramente” o conselho não teria aprovado o negócio.
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A presidente esteve à frente do Conselho de Administração da Petrobras entre outubro de 2005 e março de 2010. Ela votou pela compra de 50% da refinaria de Pasadena em reunião do conselho da estatal realizada em 2006 com base no resumo.
O balanço da controladora da Astra foi publicado no início de 2007, depois da reunião do conselho de administração que aprovou o negócio da refinaria. O documento é redigido em inglês, aberto para qualquer pessoa e configura informação de divulgação obrigatória a investidores.
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