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Responsável por parecer sobre compra de refinaria viaja à Europa

Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, está em férias. Documento elaborado sob sua gestão foi classificado como 'falho' por Dilma

Por Da Redação
20 mar 2014, 09h44

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró viajou nesta quarta-feira para a Europa, em férias, segundo uma pessoa próxima ao atual diretor financeiro da BR Distribuidora. Ele deixou o Brasil justamente no dia em que veio à tona a informação, revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que a presidente Dilma Rosseff deu aval para a compra de 50% da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela Petrobras, negócio que provocou prejuízo de 1,2 bilhão de dólares à estatal. Durante a sua gestão na área Internacional, Cerveró defendeu a compra da refinaria – e o “resumo executivo” sobre o negócio foi elaborado, em 2006, justamente pela diretoria que comandava. Ao tentar justificar sua decisão na quarta-feira, Dilma afirmou que só apoiou a compra de 50% da refinaria porque recebeu “informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho”. O negócio foi feito em 2006, quando Dilma era presidente do Conselho de Administração da estatal e chefe da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Lula.

Partidos de oposição querem apresentar requerimento para convocar Cerveró a depor na Câmara dos Deputados sobre as afirmações da presidente a respeito da compra de Pasadena, em condições desfavoráveis à Petrobras. Mas a convocação terá de esperar até que Cerveró volte de suas férias, que serão desfrutadas na Europa. A data de retorno dele ao país não foi divulgada.

Cerveró se comprometeu em 2007 com a aquisição de 50% da refinaria por 785 milhões de dólares, sendo 85 milhões de dólares referentes a uma “alocação especial” não discriminada. A Petrobras comprou a primeira metade da refinaria em 2006 por 360 milhões de dólares.

Histórico – Funcionário da Petrobras desde 1975 e com formação em engenharia química, Cerveró assumiu o posto de diretor internacional da companhia no início de 2003. Ele foi indicado pelo senador Delcídio Amaral (PT). O senador, no entanto, negou que tenha sido responsável pela indicação. “Em 2003 fui consultado pelo governo sobre o nome de Cerveró para a diretoria e não vi nenhum óbice, era um funcionário de carreira da empresa”, afirmou Amaral, que também é ex-diretor da Petrobras.

Também no início de 2003, José Sérgio Gabrielli foi nomeado diretor financeiro e de relações com investidores. Em 2005, Gabrielli assumiu a presidência da Petrobras, função que ocupou até 2012.

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Em 2008, em meio a uma disputa política entre PT e PMDB na Petrobras, Delcídio perdeu a queda de braço na estatal e Cerveró teve que deixar o cargo, que foi ocupado por Jorge Zelada. O seu substituto seria indicado do PMDB. O ex-diretor foi então deslocado para a diretoria financeira da BR-Distribuidora. À época da mudança, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, desconversou ao ser indagado sobre o “padrinho político” que havia sugerido o nome de Zelada para o cargo.

Cerveró começou na Petrobras pelo setor de refino. Foi assessor da presidência para desenvolvimento de novos negócios. Na área de gás e energia, ocupou as funções de diretor e gerente de Termelétricas na Superintendência de Participações.

(Com Estadão Conteúdo)

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