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Ciro Nogueira é trunfo para liberação de jogos de azar junto a Bolsonaro

Projeto criado em 1991 que serve como marco regulatório para jogos entra na mira da Câmara; expectativa é de geração de 700.000 empregos a curto prazo

Por Felipe Mendes Atualizado em 10 fev 2022, 21h57 - Publicado em 10 fev 2022, 18h22

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, tende a ser o pêndulo a favor da liberação dos jogos de azar no Brasil. Próximo ao presidente Jair Bolsonaro, é nele que as apostas para a aprovação dessas atividades se concentram. Tratado como um dos principais projetos de lei a serem analisados pela Câmara dos Deputados nos próximos dias, a proposta tem causado dores de cabeça a Bolsonaro. Embora a grande maioria dos ministros seja a favor da legalização da atividade, tendo em vista as oportunidades de investimentos e geração de empregos em cassinos instalados em resorts temáticos, a ala evangélica tenta convencer Bolsonaro a não embarcar nesse jogo.

“O presidente, publicamente, diz que é contra, mas eu acredito que ele não vai intervir na decisão do parlamento”, diz uma fonte envolvida nas negociações. “O ambiente é favorável, agora com o ministro Ciro Nogueira alinhado com a presidência. Ele [Nogueira] já demonstrou interesse a favor da legalização. Pode ser que em um despacho interno com o presidente ele consiga a aprovação”, completa.

Não é de hoje que a pauta gera discórdia entre integrantes do governo. Em 22 de abril de 2020, na reunião ministerial que teve o vídeo divulgado após decisão do STF, houve um conflito quando o assunto foi colocado em pauta. Depois do ministro da Economia, Paulo Guedes, defender o potencial de atração turística da legalização dos jogos no país, houve contraponto da ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves. “Isso é pacto com o Diabo”, disse ela, em tom inflamado. Ouviu de Guedes, no entanto, que “aquilo não atrapalha ninguém”. “O presidente fala em liberdade. Deixa cada um se foder do jeito que quiser. Principalmente se o cara é de maior, vacinado e bilionário. Deixa o cara se foder, pô.”

Alvo de discussão, o Projeto de Lei 442/1991 tem como relator na Câmara o deputado Felipe Carreras (PSB-PE) e deve ser votado na próxima semana. Para o parlamentar, há muita “hipocrisia” nas críticas recebidas à matéria. O novo marco regulatório dos jogos teria, segundo ele, que participou do grupo de estudos referente ao tema, condições de gerar 700.000 empregos direto a curto prazo. O impacto, no entanto, pode chegar a até 1,3 milhão de novos empregos. “Está claro que o país precisa de investimentos, que não atraia apenas jogadores, mas feiras internacionais que acontecem nesses resorts integrados, que já nascem com centros de convenções, shoppings, algo que atrai turistas. Hoje, o Brasil está fora desse roteiro”, diz Carreras. “A aprovação desse tema servirá para colocar o Brasil no hall dos grandes países que têm licença para os jogos. Se você olhar para o G20, só dois países não têm essas atividades regulamentadas: a Indonésia e o Brasil. Até a Arábia Saudita já autorizou. Tem alguma coisa errada no Brasil.”

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