Cenário externo melhora e dólar recua 2,81%, para R$ 1,83
Preparação de um plano de recapitalização dos bancos europeus e apoio alemão ao projeto animaram os investidores
Depois da leve queda registrada na véspera, o dólar balcão engatou nesta quarta-feira um movimento firme de baixa e encerrou cotado a 1,8360 real, com desvalorização de 2,81%. Foi o maior declínio porcentual desde 23 de setembro, quando a moeda norte-americana recuou 3,56%.
Se a queda surpreendeu os investidores, os motivos nem tanto. O pontapé inicial para a valorização do real foi dado no dia anterior, quando os ministros de Finanças da União Europeia informaram que estão tentando coordenar a recapitalização das instituições financeiras da região. Em resumo, as preocupações com o andamento da crise na zona do euro continuam ditando o ritmo dos negócios. Nesta quarta-feira, logo cedo, outra boa notícia foram as declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, de que o país está preparado para se mover para a recapitalização. “Precisamos ter critérios e estar preparados para implementar uma decisão rapidamente e, se precisarmos discutir sobre isso na cúpula, então vamos (discutir)”, disse ela.
Na mínima, o dólar balcão atingiu 1,8250 real e, na máxima 1,8600 real. Na BM&F, o dólar pronto fechou em queda de 3,41%, a 1,8285 real. Na máxima, a moeda na BM&F atingiu 1,85437 real e, na mínima 1,8239 real.
Para o gestor de investimentos da Lecca Financeira Georges Catalão, a recapitalização dos bancos, sugerida pela UE, é uma medida paliativa que visa evitar um mal maior. “No curto prazo, se a recapitalização for aprovada, ajuda a reduzir a pressão do câmbio, mas não resolve. Essa medida visa evitar um mal maior. Se houver default na Grécia o setor bancário entra em colapso”, disse Catalão.
(com Agência Estado)