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Carnaval derruba produção de veículos em fevereiro

Segundo Anfavea, setor produziu 26% a menos que igual mês do ano passado

Por Da Redação
6 mar 2012, 15h49

A indústria brasileira de veículos pegou carona na desaceleração da economia no final de 2012 e pisou no freio no primeiro bimestre do ano, com uma queda na produção de quase 20% na comparação com o forte desempenho de um ano antes. O setor produziu 429,6 mil veículos nos dois primeiros meses de 2012, ante 533,5 mil no mesmo período de 2011, mostram dados da associação das montadoras (Anfavea) divulgados nesta terça-feira.

Segundo a entidade, o desempenho foi afetado por férias coletivas dadas pelas montadoras em janeiro e pelo feriado do Carnaval no mês passado, quando houve queda de 26% na produção contra fevereiro de 2011 e ligeira alta de 2,9% na comparação com o primeiro mês do ano. No ano passado, o Carnaval foi em março.

Apesar da queda da produção no bimestre, o setor ainda aposta em expansão para o ano, afirmou o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini. Também presidente do grupo Fiat para América Latina, Belini disse que a produção deverá retomar um ritmo de expansão mais forte a partir do segundo semestre, quando as reduções de juros e medidas do governo de estímulo à economia deverão fazer efeito inteiramente. “Estamos vendo uma tendência positiva. O efeito das reduções de juros vai começar a dar resultado mais para frente”, destacou o executivo.

A expectativa da Anfavea é de um aumento modesto de 2% na produção em 2012, para 3,475 milhões de veículos, após ligeira alta de 0,7% em 2011. As vendas, enquanto isso, devem avançar de 4% a 5% e fechar entre 3,77 milhões e 3,81 milhões de unidades.

Mercado interno – Em fevereiro, as vendas de veículos novos no país somaram 249,5 mil unidades, com queda de 7% sobre janeiro e de 9% ante o mesmo mês do ano passado. Já o bimestre teve um movimento praticamente estável de vendas no país sobre os dois primeiros meses de 2011, com variação negativa de 0,2%, para 517,8 mil unidades.

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Com isso, o setor encerrou fevereiro com estoques suficientes para 36 dias de vendas, ou 313.595 veículos distribuídos em pátios de montadoras e de concessionárias – volume considerado “bastante normal” por Belini.

Apesar disso, em dias úteis, fevereiro teve um desempenho melhor, registrando licenciamentos de 13.132 veículos por dia, contra 12.194 em janeiro, ressaltou o presidente da entidade. Segundo uma fonte da indústria com acesso a dados de emplacamentos, as vendas diárias de veículos novos no início de março estão no patamar de 13 mil unidades por dia.

Acordo com México – O presidente da Anfavea voltou a defender a manutenção do acordo automotivo de Brasil e México desde o início dos anos 2000. O acordo tem sido ameaçado de rompimento pelo Palácio do Planalto depois que passou a gerar déficit comercial para o lado brasileiro em 2011. “É bom para o país e ajustes periódicos são necessários”, diz Belini. “O melhor caminho é a continuidade do acordo bilateral”.

Na semana passada, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, afirmou que o governo brasileiro estava aguardando uma resposta mexicana para a revisão do acordo pedida pelo país, que inclui aumento de conteúdo local pelas montadoras do México, sistema de cotas e inclusão de veículos pesados.

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“No Brasil, nosso setor tem que trabalhar a competitividade, seja em produto, seja em processos produtivos. É esse nosso foco com o governo”, disse Belini, ao ser questionado sobre o estágio das discussões entre os países.

Exportações e importações – Em fevereiro, as exportações de autoveículos do Brasil somaram 1,01 bilhão de dólares, com crescimento de 23,9% sobre janeiro e de 11,9% sobre um ano antes. Em unidades, o setor teve vendas externas de 1.406 veículos no mês passado, o que implicou um declínio de 7,7% sobre janeiro e de 0,1% na comparação anual.

As vendas internas de importados seguiram mostrando força, apesar da medida do governo que aumentou em dezembro o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos fabricados no exterior. Enquanto as vendas de veículos nacionais acumulam queda de 2,7% no bimestre, as de importados somam alta de 8%.

Apesar disso, na participação no total de emplacamentos, as vendas de importados têm mostrado recuo desde o fim de 2011, passando de 27% em dezembro para 25,3% em janeiro e 24,5% em fevereiro.

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(com Reuters)

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