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Campos Neto reforça que BC ‘fará o que for preciso’ para levar inflação à meta

Em evento promovido pelo Santander, chefe da autarquia também destacou a importância da percepção fiscal para a sustentabilidade da queda dos juros

Por Camila Pati Atualizado em 28 ago 2024, 11h38 - Publicado em 28 ago 2024, 11h22

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a repetir que o Banco Central vai fazer o que for preciso para levar a inflação à meta, ou seja, uma alta na taxa básica de juros continua sobre a mesa. Em evento promovido pelo Santander nessa quarta-feira, 28, Campos Neto disse que o BC tem olhado muito de perto o efeito da mão de obra apertada, devido ao aquecimento do mercado de trabalho, na inflação de serviços. 

“Esse tema também foi debatido lá em Jackson Hole, o caso de outros países nesse mesmo, problema, que é esse enigma de como fazer uma convergência de inflação com desemprego caindo muito rápido”, disse se referindo à conferência dos de bancos centrais, no fim de semana e da qual Campos Neto participou.

O presidente do Banco Central citou a preocupação com o aumento da inflação classificada pelo BC como implícita. “ Subiram muito com uma subida até 2026, o que  gera um grande desconforto para o Banco Central. É importante enfatizar que o Banco Central vai fazer o que for preciso para atingir a meta”, disse. 

Campos Neto também destacou a forte atividade econômica no Brasil, mencionando que a maioria dos setores apresenta bons resultados, com índices de percepção econômica e emprego apontando para uma economia robusta. 

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“Os índices, tanto os índices que a gente chama de índices relativos, quanto os índices de soft, ou seja, os índices de percepção, todos os índices estão apontando para uma melhora, para uma economia que está forte”, disse.  Campos Neto ressaltou que, apesar de o mercado prever uma possível alta no desemprego, a realidade tem desafiado essas expectativas, com o desemprego em níveis historicamente baixos e sem gerar a inflação esperada.

“Os economistas achavam que a taxa de emprego abaixo de 9% geraria muita inflação, depois era abaixo de 8,5%, depois era abaixo de 8%, depois era abaixo de 7,5% e a gente está com um desemprego bem mais baixo e ainda, obviamente, com o setor de serviços um pouco pressionado, mas muito longe do que a gente imaginava há um tempo atrás”, disse.

Falando sobre questão dos juros, Campos Neto disse que a taxa de juros real no Brasil é alta em comparação com outras economias. No entanto, afirmou que o esforço monetário do país, que considera a diferença entre a taxa de juros real e a taxa neutra, tem se aproximado da média da América Latina. Isso indica uma maturidade crescente do Brasil em relação ao manejo das políticas monetárias.

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“Como a taxa neutra no Brasil tem subido e ela é mais alta que os outros lugares, quando a gente olha o que é o esforço monetário, a gente vê que o Brasil está meio ali na média da América Latina e não mais alto, como quando você olha simplesmente a taxa de juros real excelente. E a gente vê que ao longo do tempo esse diferencial de taxa de juros tem caído nos diversos ciclos da economia nos últimos anos, o que significa que o Brasil tem, vamos dizer assim, tem ganho, maturidade nesse sentido”, disse.

Controle fiscal e juros

No evento, Campos Neto destacou a importância da percepção fiscal para a sustentabilidade da queda dos juros. Segundo ele, momentos de redução consistente das taxas de juros no Brasil sempre estiveram associados a uma melhora na percepção do cenário fiscal.

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“É importante observar que no Brasil, em todos os momentos que a gente foi capaz de cair os juros de forma mais sustentável, foram momentos que estavam associados com uma percepção de que o fiscal estava melhor.” 

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