SÃO PAULO, 16 Fev (Reuters) – O dólar fechou em queda diante do real nesta quinta-feira, depois de ter ficado em alta pela manhã, numa trajetória que acompanhou a melhora no humor dos mercados internacionais após a divulgação de dados acima do esperado sobre a economia norte-americana.
A divisa dos Estados Unidos encerrou em baixa de 0,25 por cento, a 1,7189 real. Em relação a uma cesta de moedas , o dólar tinha queda de cerca de 0,40 por cento.
Pela manhã, a cotação foi pressionada para cima pela aversão dos investidores aos ativos de risco diante do atraso na aprovação de um pacote de ajuda financeira à Grécia.
À tarde, no entanto, indicadores econômicos nos EUA continuaram mostrando resiliência na maior economia do mundo, enquanto a Grécia voltava a sinalizar estar próxima de um acordo.
O número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego caiu inesperadamente na semana passada, para perto de uma mínima em quatro anos, enquanto a atividade empresarial na região Meio-Atlântico do país ganhou força em fevereiro, com a aceleração de novas encomendas.
“Com os índices que saíram nos EUA, o mercado voltou a acreditar que a economia norte-americana está crescendo”, disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Ele lembrou que outros indicadores dos EUA, divulgados ao longo desta semana, trouxeram dúvidas aos investidores sobre a recuperação da economia do país. Na quarta-feira, por exemplo, os números da produção industral do país mostraram que ela se manteve estável em janeiro, contra uma previsão de alta de 0,7 por cento, em pesquisa da Reuters.
Galhardo previu que a cotação do dólar diante do real deve oscilar dentro de uma faixa estreita nos próximos dias. “Pelo que a gente vê, não deve fugir muito de 1,72 [real por dólar]”, afirmou.
O gerente de câmbio observou que, mesmo com os problemas da zona do euro, e com a ameaça que eles representam para a economia global, a cotação da moeda norte-americana “não teve força para subir” desse patamar.
Ele lembrou ainda que os investidores seguem trabalhando com a perspectiva de que, no caso de uma queda do dólar para abaixo do “piso informal” de 1,71, o Banco Central pode realizar novas intervenções no mercado e o Ministério da Fazenda pode adotar medidas tributárias para segurar a cotação.
O BC voltou a atuar no mercado de câmbio em 3 de fevereiro, realizando até o momento dois leilões de compra a termo e um leilão à vista.(Por Hélio Barboza; Edição de Patrícia Duarte)