Bovespa cai 2,23%, e apenas duas ações fecham em alta

Manifestação de membro do banco central americano foi entendida como sinal que juros podem subir neste ano, o que estimulou realização de lucros

Por Da redação
22 ago 2016, 20h07

Pregão eletrônico da Bovespa em São Paulo — O Ibovespa fechou o dia em 57.781 pontos após a maior queda em quase dois meses (Reinaldo Canato/VEJA)

A Bovespa fechou a segunda-feira com o seu principal índice em queda de mais de 2% e pouco volume de negócios. Os investidores passaram o dia cautelosos com a possibilidade de nova alta dos juros nos Estados Unidos neste ano, o que alimentou um movimento de realização de lucros no pregão brasileiro.

O Ibovespa caiu 2,23%, a 57.781 pontos, sua maior queda em quase dois meses. Apenas duas ações encerraram o dia no azul. Mesmo com o recuo expressivo, o índice de referência do mercado acionário brasileiro ainda contabiliza um ganho de 33% em 2016.

Durante o fim de semana, mais um membro do Federal Reserve, o banco central americano, sinalizou que existem condições para que o processo de alta de juros nos EUA seja retomado. Stanley Fisher, vice-presidente da instituição, afirmou que o Fed está perto de atingir suas metas de pleno emprego e de 2% de inflação e fez uma avaliação geral otimista da força atual da economia.

Para o gestor Marcello Paixão, sócio da administradora de recursos Constância NP, a fala de Fischer vai no rumo contrário da expectativa de manutenção de juros extremamente baixos por mais tempo nos EUA, que amparou a alta da Bovespa este ano. “Essa fala do Fischer vai no sentido de dizer ao mercado para não descartar aumento de juros ainda em 2016”, disse.

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As declarações de Fischer aumentaram as expectativas em relação ao discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, aguardado para sexta-feira, durante a conferência de Jackson Hole. O operador Humberto Guidi, da corretora Spinelli, também destacou que o volume local foi fraco porque os investidores estão à espera de novidades do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.