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Bolsa pode superar os 100.000 pontos ainda neste ano

Principal índice da bolsa quebrou o recorde 12 vezes em janeiro, e analistas preveem mais valorização com o bom momento na economia nacional e internacional

Por Felipe Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 fev 2018, 16h13 - Publicado em 16 fev 2018, 07h07

A Bolsa de Valores  de São Paulo (B3) começou o ano em forte alta, quebrando recordes de pontuação por doze vezes em janeiro e ultrapassando o patamar de 85.000 pontos. Foi o segundo melhor mês em termos de movimentação de recursos nessa instituição do mercado financeiro desde 1986, segundo cálculo da Economatica. Analistas estimam que há chance de o Ibovespa passar dos 100.000 pontos. Esse otimismo pode ter efeitos positivos mesmo para quem não investe em ações.

 

O Ibovespa é um indicador da valorização das ações de empresas. Ele é composto dos principais papéis negociados na bolsa de São Paulo (B3), sendo que as mais valiosos têm mais peso no cálculo. Quanto mais pontos, maior é o valor dessa “carteira” de ações. E, se ele está subindo, significa que os operadores estão apostando que o retorno dos investimentos aumentará.

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Um dos fatores para a arrancada vista no começo deste ano foi o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segunda instância. Sua condenação inflou o índice porque, no entendimento do mercado, reduziram-se as chances de o petista disputar as eleições.

Apesar de a corrida presidencial ser um fator-chave para as expectativas dos agentes do mercado neste ano –  e de a bolsa ter batido recorde no dia 24, data do julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) – , a maior clareza sobre o cenário político local é apenas um dos motivos para o otimismo.

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Para Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper, é preciso levar em conta que a economia mundial está com boas perspectivas de crescimento, o que tem influência no Brasil. “Houve uma antecipação muito forte [das expectativas] em janeiro. A bolsa está ‘devolvendo’ o que perdeu em novembro, com o adiamento da reforma da Previdência”, disse.

O cenário externo permanece favorável  mesmo após a queda nos mercados americanos no começo do mês, que derrubou bolsas de valores pelo mundoO especialista acredita que o principal índice da Bolsa pode superar os 100.000 pontos caso haja perspectiva de que um candidato reformista vença as eleições. Até aqui, os ganhos no principal índice da bolsa brasileira superaram os de mercados latino-americanos e nos Estados Unidos (veja gráfico).

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Crescimento local

Mesmo desconsiderando o fator político deste ano, que afeta as apostas do mercado financeiro por causa da incerteza causada, a previsão dos economistas ouvidos pela reportagem é de que as ações das empresas se valorizem devido às boas condições da economia local. Dois fatores importantes são a redução da Selic e a maior expectativa de crescimento, puxada pela aceleração no consumo.

Esses dois fatores devem fazer com que os lucros das empresas subam, o que valoriza suas ações. O analista do Santander Ricardo Peretti explica que o ganho acontece de duas maneiras. Com juros menores, as companhias pagarão menos para quitar suas dívidas, reduzindo o chamado custo financeiro. E o crescimento da economia vai ser mais bem aproveitado neste ano, pois as empresas tiveram que ficar mais eficientes para sobreviver à crise. “Se a receita crescer, a despesa não vai crescer na mesma proporção. O custo fixo vai ser diluído”, disse.

Cenários

O BTG Pactual calcula que o crescimento médio das receitas será de 18% no ano. Com isso, a tendência é que o índice de ações suba, e o tamanho da alta dependerá das demais condições da economia. “Nós fizemos um exercício levando em conta uma taxa de juros real [descontada a inflação] de 3% e um crescimento real do PIB de 3%, o que levaria o Ibovespa a aproximadamente 110.000 pontos”, diz relatório do banco.

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A corretora XP Investimentos trabalha com um cenário base de 89.000 pontos caso o PIB cresça 3% e a Selic caia a 6,5% ao ano. Atualmente a previsão do mercado é de expansão da economia de 2,70% e os juros básicos estão em 6,75% – a maior parte dos analistas consultados pelo Boletim Focus aposta que a taxa fechará o ano nesse nível.  Se o ritmo de crescimento aumentar e a Selic cair mais, pode chegar aos 95.000 pontos.

“Isso sem considerar o cenário político. Se um candidato reformista ganhar, pode passar dos 100.000 por causa da expectativa das reformas da Previdência – que o mercado já não espera mais para este ano – e de ajuste fiscal”, afirma o estrategista-chefe da  XP Investimentos, Celson Plácido.

Na análise do Itaú-Unibanco BBA, a previsão central é de 87.900 pontos. Mas os economistas da instituição preveem uma valorização mais forte se houver sinais favoráveis de estabilidade ou desempenho das empresas. “Mantendo o crescimento de lucros como o cenário básico (11%), mas reduzindo o risco-país no fim do ano para 1,50% (que é 2,50% no cenário básico), chegamos a 110.000”, disse a instituição em nota

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Efeitos

O efeito imediato da valorização da bolsa de valores acontece para as empresas negociadas e seus acionistas. Mas esse movimento pode chegar, indiretamente, àqueles que não são investidores, através de aumento de empregos e queda na taxa de câmbio.

“Um processo contínuo de valorização indica que as pessoas estão acreditando nas empresas e na geração de riqueza. E, para gerar riqueza, é preciso que haja empregos”, explica o professor Claudio Felisoni, coordenador da Fundação Instituto de Administração (FIA). Já o dólar tem potencial de queda por causa do maior volume de recursos estrangeiros no Brasil. “A principal dificuldade do país hoje é de atrair investimentos”,  diz Felisoni.

Para quem vai investir, a valorização de ações (renda variável) traz uma oportunidade de ganhos maiores, diferentes de aplicações como CDB ou poupança. Mas é preciso levar em conta o perfil de risco e o objetivo desejados. Isso porque a dinâmica desses ativos é diferente daquela dos ativos de renda fixa: as ações oscilam mais no curto prazo, por fatores que afetam bastante as empresas, como ciclos econômicos e o noticiário.

“Se vou poupar para uma viagem no final do ano, não deveria ter uma alocação significativa em renda variável”, afirma Jayme Carvalho, diretor da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar). Um ciclo com crescimento da economia mais longo e taxas de juros baixas, no entanto, favorece o investimento em renda variável, explica o planejador financeiro.

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