Por Pedro da Costa e Mark Felsenthal
WASHINGTON, 7 Jun (Reuters) – O presidente do Federal Reserve (o Banco Central dos EUA), Ben Bernanke, disse nesta quinta-feira que a instituição está pronta para proteger a economia do país se os problemas financeiros aumentarem, mas deu poucos sinais de que seria iminente o anúncio de novas medidas de estímulo monetário.
Bernanke declarou ao Congresso que o Fed estava monitorando de perto os “riscos significativos” da dívida e da crise bancária na Europa para a recuperação dos EUA.
Ele disse que a questão central para o Fed é verificar se o crescimento é suficiente para resultar em progresso na diminuição da taxa de desemprego nos EUA e acrescentou que o banco tem opções que pode considerar. Disse ainda que o Fed não tomou nenhuma decisão sobre se efetuará alguma nova compra adicional de bônus, mas que nada está fora da mesa.
Para Bernanke, o Fed tem ferramentas para conseguir maior acomodação na economia, e dar apoio, mesmo considerando que as taxas de juros já estão muito baixas.
Mas para mercados financeiros sedentos por dicas sobre a perspectiva de uma terceira rodada de compras de títulos por parte do Fed, o depoimento de Bernanke perante o Comitê Econômico Conjunto provavelmente desapontou. Muitos economistas de bancos importantes estão esperando que o Fed adote novas políticas em sua reunião de 19 e 20 de junho.
“O Federal Reserve continua preparado para tomar as medidas necessárias para proteger a economia dos EUA no caso de as tensões financeiras sofrerem uma escalada”, disse Bernanke no depoimento previamente preparado.
Os dados fracos sobre o emprego nos EUA, divulgados na semana passada, e mais a escalada da crise na zona do euro elevaram a especulação de que o FED irá novamente agir para dar apoio à frágil recuperação da economia norte-americana.
Ainda assim, o tom de Bernanke estava longe de indicar uma crise. Na realidade, ele parecia de certo modo otimista sobre as perspectivas. “Apesar das dificuldades econômicas na Europa, a demanda por exportações dos EUA se manteve boa”, disse ele.
Os comentários de Bernanke contrastaram fortemente com os da vice-presidente do Fed, Janet Yellen, que na quarta-feira à noite defendeu mais estímulo monetário para evitar o rico de desaceleração.
Bernanke não fez esse tipo de sugestão, mas ele disse aos congressistas que políticas fiscais mais apertadas prestes a entrar em vigor no ano que vem iriam “se for permitido que ocorram, representar uma séria ameaça à recuperação”.