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BC eleva Selic pela 12ª vez consecutiva, a 13,75% ao ano

Taxa é a maior desde 2016; em comunicado, Copom sinaliza pela continuidade do ciclo contracionista, devido a riscos inflacionários com aumento de auxílios

Por Luana Zanobia, Larissa Quintino Atualizado em 4 ago 2022, 09h18 - Publicado em 3 ago 2022, 18h35

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou novamente a taxa de juros em meio ponto percentual, saindo do patamar de 13,25% para 13,75%, em linha com as expectativas do mercado. Com isso, a Selic atinge o maior patamar em mais de cinco anos. Entre julho de 2015 e outubro de 2016, no governo de Dilma Rousseff, a taxa foi de 14,25%. Em novembro de 2016, o comitê baixou a taxa aos mesmos 13,75% ao ano, nível que permaneceu até janeiro do ano seguinte.

Como a alta já era esperada, a apreensão ficou em torno dos rumos que o Banco Central deve adotar na condução da política monetária, isto é, se o banco iria cumprir as sinalizações de fim do ciclo altista ou se deveria deixar espaço para novas altas e um juro alto por tempo prolongado. No comunicado, a segunda opção ficou clara, mostrando que a autoridade monetária ainda vê espaço para uma nova alta. “O Comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”, escreveu no comunicado. 

Segundo o Copom, há riscos para a inflação em ambas direções e, por isso, não fechou a porta para o encerramento do ciclo contracionista. “O Copom considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista. O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, afirma.  

Essa é a 12ª vez que o Banco Central eleva a Selic na tentativa de controlar a inflação, que acumula alta de 11,89% em doze meses. Apesar de a inflação estar demonstrando leves sinais de arrefecimento, o início do ciclo de altas nos juros nas principais economias do mundo e os riscos ficais no cenário doméstico provocadas pelas medidas de cunho eleitoral do governo Bolsonaro, estavam diminuindo as perspectivas que o BC encaminharia a economia para o fim desse ciclo contracionista.

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O comitê afirma que medidas fiscais de estímulo à demanda, como aumentos em programas de transferência de renda e novos benefícios, trazem risco para a alta da inflação e pressionam ainda mais os juros caso se tornem permanentes. Recentemente, o Congresso aprovou um aumento para 600 reais no Auxílio Brasil, bem como a criação de vouchers para caminhoneiros e taxistas, numa clara aposta eleitoral da base governista para aumentar a popularidade de Bolsonaro e que foi endossada pela oposição com medo dos dividendos políticos do veto a programas sociais às vésperas da eleição. Por outro lado, o aumento do risco de desaceleração da economia global também acentua os riscos de baixa. “O Comitê avalia que a conjuntura ainda particularmente incerta e volátil requer serenidade na avaliação dos riscos.”

Em maio, o BC havia sinalizado em sua ata que pretendia começar a afrouxar a política monetária que segue em território contracionista com consecutivas elevações na taxa básica de juros desde março de 2021. Porém, no último comunicado de junho o banco mudou o tom, alertando para nova subida de juros e necessidade de manter a Selic alta por um período maior de tempo, para ancorar as expectativas inflacionárias dentro da meta. “Ao mesmo tempo que os preços administrados caíram para este ano, a gente vê um reajuste para 2023 nesses impactos de tarifas ajustadas. O que eu vejo como problema é que não está claro o que teria que acontecer para que o Banco Central fale que a contração já está suficiente”, Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Embora as perspectivas inflacionárias estejam em sua quinta semana consecutiva de queda no Boletim Focus, com o mercado projetando o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) em 7,15% no final do ano, abaixo dos 7,30% da semana anterior, a alta nos preços está transbordando para o próximo ano. O IPCA aumentou de 5,30% para 5,33% em 2023. Sem conseguir cumprir a meta estabelecida para este ano de 3,5%, o BC procura cumprir a meta do próximo ano, e já começa a considerar 2024. Para 2023, a meta foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

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