BC deve cortar juro básico em 1 ponto na reunião desta quarta
Para os economistas do BTG Pactual, Itaú e Banco do Brasil, há condições para que a redução na Selic seja ainda maior
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deve anunciar nesta quarta-feira um corte na Selic de 1 ponto porcentual, a 10,25%, segundo avaliação de analistas de mercado. Para os economistas do BTG Pactual, Itaú e Banco do Brasil, há condições para que a redução na taxa básica de juros seja maior.
Mas o BC deve reduzir o ritmo de corte da Selic por conta da instabilidade política provocada pela delação de Joesley Batista, dono da JBS, que gravou conversa com o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves.
O órgão vinha sinalizando que esperava por uma queda forte da inflação no ano, o que abriria espaço para cortes na Selic maiores que a última redução de 1 ponto percentual.
Segundo o relatório do BB a investidores, a redução de 1 ponto porcentual é a mais provável pela aposta de que o BC agirá com “dose extra de parcimônia” frente à crise. “[A redução de 1,25 p.p] ainda não está totalmente descartada, visto que o cenário doméstico para inflação mostra-se firmemente cadente, com a possibilidade de haver até deflação no mês de junho, bem como, uma taxa mais baixa de juros tende a estimular o crescimento”, diz trecho do texto assinado por Hamilton Alves e Rafael Reis.
A análise do Itaú, assinada pelo economista-chefe de macroeconomia, Mario Mesquita, aponta a influência do cenário conturbado na decisão do BC. “Deve-se notar que a decisão do comitê está sujeita a novos acontecimentos políticos, que afetam o preço de ativos e a trajetória prevista da inflação”, diz trecho do texto.
Para o BTG Pactual, o BC deve reduzir o ritmo em vez de cortar o esperado pelo mercado anteriormente para não mudar o tom da mensagem que quer passar ao mercado. “Um corte de 0,75 ponto em vez dos 1,25 pontos esperados, por outro lado, iriam muito longe na tarefa de apoiar condições monetárias mais apertadas”, diz trecho do relatório assinado pelo economista-chefe Eduardo Loyo e o analista Claudio Ferraz.
A Selic é a taxa usada como referência para definir os juros pagos em diversos contratos do sistema financeiro, de empréstimos para a compra de imóveis a cartões de crédito. Ela é definida em reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que é parte do Banco Central, em reuniões que ocorrem a cada 45 dias. O BC altera a taxa básica de juros para controlar a inflação, por meio da influência que a Selic têm na oferta de dinheiro disponível no mercado.