Banco chinês deve comprar BBM por US$ 200 milhões
Se o negócio for confirmado, o Banco de Comunicações da China deterá 80% do controle da instituição brasileira
O Banco de Comunicações da China, o quinto maior do país asiático, está perto de assinar um acordo para comprar o banco brasileiro BBM por 200 milhões de dólares, informa a agência de notícias americana Bloomberg nesta sexta-feira. A ideia é que o banco chinês detenha 80% da fatia da instituição brasileira. A transação marcaria o fim do controle dos Mariani sob a casa que é uma das últimas do país a ser associada ao nome da família, conforme informou Geraldo Samor em sua coluna no site de VEJA.
O acordo deve ser anunciado na próxima terça-feira durante a visita do primeiro ministro chinês, Li Kegiang, ao Brasil. Também está previsto para a viagem o anúncio de um pacote de 50 bilhões de dólares para serem investidos em áreas de infraestrutura no país. Além do Brasil, Kegiang visitará Peru, Colômbia e Chile, onde deve divulgar mais acordos entre entidades chinesas e sul-americanas.
O negócio entre as instituições bancárias estaria sendo acertado desde dezembro do ano passado, com a intermediação do grupo Goldman Sachs e do Citigroup. Tanto o banco chinês como o brasileiro se recusaram a comentar o assunto.
O Banco de Comunicações da China mantém 56 filiais fora do país asiático, que inclui cidades como Hong Kong, Tóquio e Nova York. Os ativos de suas agências no exterior expandiram 19% no ano passado, somando 298,56 bilhões de reais (ou 618 bilhões de yuans).
No final de 2014, o valor patrimonial do BBM era de 570 milhões de reais. O banco foi fundado pela em 1858, em Salvador. Em 1942, o político e o empresário Clemente Mariani assumiu o controle da operação. A instituição controlada pela família Mariani ganhou notoriedade por sua operação de crédito.
Se for confirmada, esta será a quarta incursão de um banco chinês no mercado brasileiro. Em outubro de 2013, o Banco de Construção da CHina (CCB) adquiriu 72% do brasileiro BicBanco por 1,62 bilhão de reais. Antes dessa operação, outros dois bancos chineses, o Banco da China e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) obtiveram licenças para operar no Brasil.
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(Da redação)