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Argentina compra 53% menos veículos do Brasil com agravamento da crise

Indústria automotiva brasileira vende ao vizinho só 161 mil unidades de automóveis e comerciais leves no acumulado deste ano até agosto, segundo a Anfavea

Por Alessandra Kianek Atualizado em 6 set 2019, 15h44 - Publicado em 6 set 2019, 08h00

O agravamento da crise econômica da Argentina aprofundou a queda das exportações brasileiras de veículos em agosto. A indústria automotiva vendeu para o país vizinho apenas 161,0 mil unidades de automóveis e comerciais leves no acumulado de janeiro a agosto deste ano, queda de 53% na comparação com o mesmo período de 2018, quando foram vendidas 344,1 mil unidades. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Quando se compara a receita dessas vendas externas a retração é ainda maior. Nos oito primeiros meses deste ano, foram gerados 1,9 bilhão de dólares com a exportação de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, 60% menos que os 4,7 bilhões de dólares do mesmo período do ano passado. A indústria automotiva brasileira é muito dependente do mercado argentino e a economia do país vai mal – o vizinho está enfrentando recessão desde o ano passado e uma inflação acumulada de mais de 50% em 12 meses. No ano passado, a participação da Argentina no total das exportações brasileiras era de 75%. Hoje está em torno de 50%. 

A principal dificuldade da indústria é conseguir driblar a competitividade dos outros mercados. “A exportação é um desafio para a indústria automobilística brasileira”, afirmou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, nesta quinta-feira, 5. Para driblar esse cenário, o executivo defende medidas do governo brasileiro que possam reduzir o custo-Brasil e aumentar a competitividade do produto brasileiro, como a implantação de uma reforma tributária, a eliminação de entraves à exportação, a diminuição da burocracia e a melhora de logística e da infraestrutura. Estudo da Anfavea feito em parceria com a PwC mostra que o custo de se produzir um carro no México é 18% mais baixo do que fabricar o mesmo veículo no Brasil. A diferença é vista nos custos do material, da mão de obra e da logística. 

As exportações totais do Brasil, incluindo outros países, além da Argentina, acumulam queda de 38% neste ano, somando 300,9 mil unidades, de acordo com dados da entidade. A retração só não é maior porque as vendas para o México e para a Colômbia cresceram. O mercado mexicano comprou 43% mais – 44,4 mil unidades de janeiro a agosto. Já os colombianos demandaram 34,6 mil veículos no período, com um aumento de 138%. 

Para o final do ano, a Anfavea prevê exportação total de 450 mil veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) – número bem abaixo dos 700 mil previstos no início deste ano. Se o ano fechasse assim, a queda seria de cerca de 30%. Mas Moraes já adiantou que no próximo mês a entidade deve rever a projeção para 2019 e fazer um novo corte.

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