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Após fala de Guedes, dólar dispara para R$ 4,24 e atinge novo recorde

Investidores elevam pessimismo com discurso do ministro da Economia de que o câmbio de equilíbrio 'tende a ir para um lugar mais alto'

Por da Redação
Atualizado em 26 nov 2019, 18h01 - Publicado em 26 nov 2019, 17h51

O dólar comercial teve nova alta frente ao real nesta terça-feira, 26, e fechou na sua maior cotação da história. A moeda americana subiu 0,6%, atingindo o patamar de 4,24 reais para a venda, tornando-se, assim, o valor mais elevado desde o início do Plano Real. O recorde anterior era de segunda-feira, quando bateu nos 4,22 reais. A escalada foi influenciada após o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizer não estar preocupado com a alta e que “é bom se acostumar com o câmbio mais alto e juro mais baixo por um bom tempo”. A fala de Guedes foi recebida com pessimismo pelos investidores.

De acordo com o ministro da Economia, é preciso que o país se acostume com o patamar alto da moeda, que é uma consequência de uma mudança na política econômica brasileira, com juros mais baixos e câmbio de equilíbrio alto, ainda não compreendida pela maior parte da população. “O dólar está alto. Qual o problema? Zero. Nem inflação ele (dólar alto) está causando. Vamos exportar um pouco mais e importar um pouco menos”, afirmou o ministro, nesta segunda, em Washington.

Paulo Guedes também foi duramente criticado por dizer a jornalistas do evento que “não se assustem se alguém pedir o AI-5” diante do cenário político de polarização proposto pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na manhã desta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “há prós e contras” no fato de o dólar ter alcançado novo valor nominal recorde. “Se você for analisar na ponta da linha, tem vantagens, prós e contra no dólar a 4,21 reais como está agora”, afirmou o presidente, na saída do Palácio da Alvorada. “Espero que caia (a cotação da moeda), torço, assim como torço para que caia a taxa Selic, torço para que aumente a nossa credibilidade no mundo”, acrescentou.

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Diante da crescente alta, o Banco Central anunciou leilão extra para vender a moeda americana à vista nesta terça-feira. A operação do BC ocorreu por volta das 11h e não foram divulgados os montantes ofertados. Conforme a instituição, a taxa de corte do leilão foi de 4,2320 reais. Mais cedo, o BC promoveu operação de venda à vista de dólares e de swap cambial reverso, que equivale à venda de dólar no mercado futuro.

Logo após a ação do Banco Central, o dólar desacelerou para o patamar de 4,24 reais. Antes, tinha chegado à máxima de 4,2744 reais. “O Banco Central deu um recado, vendo o que está acontecendo. Não é porque o Guedes falou que o dólar vai ficar alto que vai ficar por isso mesmo”, disse Jefferson Laatus, sócio e fundador do Grupo Laatus. “O BC mostrou estar disposto a usar as ferramentas disponíveis para controlar a volatilidade.” E acrescentou: “O mercado, depois da fala do Guedes, quer testar quais são os patamares que incomodam o Banco Central. E teve, nessa venda de dólares à vista, um recado do BC”.

(Com Reuters)

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