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Após 15 meses, Cade julga compra da Webjet nesta 4ª feira

Dólar em alta, que alterou o panorama do setor aéreo no Brasil, pode contribuir para que a aquisição efetuada pela Gol seja aprovada pelo órgão

Por Da Redação
9 out 2012, 18h12

Um ano e três meses após o anúncio de que a Gol havia chegado a um acordo para adquirir 100% do capital da Webjet, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) julga nesta quarta-feira a operação, que custou 43,44 milhões de reais. Passados quinze meses do negócio, o dólar em alta alterou completamente o panorama do setor no Brasil e pode jogar a favor da aprovação da aquisição.

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O processo deveria ter sido julgado 15 dias atrás pelo Cade, mas, a pedido de vários conselheiros, o relator Ricardo Ruiz adiou a leitura do voto para esta quarta-feira. O negócio entre duas das principais companhias aéreas do país teve tramitação mais demorada que a normal porque pegou toda a fase de transição do órgão para se adequar à nova lei de defesa da concorrência, que entrou em vigor em maio.

Durante esse período, a situação financeira do setor mudou radicalmente. O crescimento da demanda de passageiros por voos internacionais e domésticos – um dos maiores fenômenos da chamada “nova Classe C” – continua, mas o aumento do dólar tem estrangulado a capacidade das empresas em lucrar em um cenário de competição ferrenha nos preços das passagens.

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Conforme o próprio conselheiro Ruiz apontou, antes da última sessão do Cade, o dólar estava em torno de 1,60 real em julho do ano passado, mas agora tem ficado constantemente acima dos 2 reais. “Toda a operação do setor é dolarizada, sobretudo a manutenção e a reposição de peças. Além disso, a querosene de aviação ficou muito mais cara por causa da própria moeda e também por conta dos preços internacionais do petróleo”, comentou na ocasião.

Rentabilidade – Nesse cenário, as próprias companhias aéreas admitem ter dificuldades para recompor margens, pois qualquer mudança nas tarifas tem impacto imediato na demanda que sustenta a expansão do segmento. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), cada 1% de aumento no preço das passagens acarreta queda de 1,4% na quantidade de passageiros.

“Algumas empresas podem optar por deixar as aeronaves em solo, reduzindo algumas frequências para equilibrar suas contas na operação. Mas os custos com manutenção e peças continuam”, disse Ruiz. O conselheiro ressaltou, no entanto, que falava do panorama do setor e não necessariamente do seu relatório para o caso específico da compra da Webjet pela Gol.

Câmbio – Uma fonte próxima ao caso avaliou que as dificuldades enfrentadas pelas companhias aéreas nos últimos trimestres devido ao câmbio reforçam os argumentos das empresas em processo de fusão. “É inegável que a junção entre duas empresas traz sinergias e ganhos de escala que ficaram mais evidentes com a nova situação do câmbio. A possibilidade de unificação de um centro de manutenção e até mesmo a compra de peças em lotes poderiam ser exemplos disso”, afirmou um advogado.

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A fonte destacou, porém, que, sob a ótica do Cade, esses ganhos só são positivos se resultarem em benefícios aos consumidores e ao mercado, sem a criação de distorções anticompetitivas. Ainda assim, a avaliação é que a nova realidade do câmbio facilite operações dessa natureza no setor. “Outro caso em negociação envolve a Trip e a Azul“, lembrou a fonte.

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(com Agência Estado)

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