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Amazon, Apple, Facebook e Google lutam para manter poder das Big Techs

CEOs das companhias respondem ao Congresso sobre monopolização dos mercados; decisão pode iniciar uma nova era nos negócios virtuais

Por Felipe Mendes Atualizado em 27 jul 2020, 16h49 - Publicado em 27 jul 2020, 16h30

Nos últimos anos, as gigantes de tecnologia do Vale do Silício viram seus impérios despertarem incômodo não só dos concorrentes, mas sobretudo da Justiça. Vira e mexe, os CEOs de Amazon, Apple, Facebook e Google são convocados a trocar o dia a dia dedicado aos negócios por longos depoimentos diante de órgãos antitrustes. Na próxima quarta-feira 29, os executivos Jeff Bezos, Tim Cook, Mark Zuckerberg, e Sundar Pichai — os CEOs, na ordem, dessas quatro Big Techs — irão ao Congresso dos Estados Unidos para defender as suas companhias e, principalmente, o poder que elas possuem de controle dos mercados. O encontro estava marcado para esta segunda, 27, mas o comitê antitruste do Congresso decidiu adiar para que parlamentares participem da sessão em homenagem ao companheiro de plenário John Lewis, um dos principais nomes de movimentos em defesa dos direitos civis no país.

Cada uma das gigantes enfrenta um processo distinto. A Apple, por exemplo, será julgada sob acusação de cobrança abusiva aos desenvolvedores de aplicativos móveis para movimentações financeiras na Apple Store e a proibição de lojas concorrentes em dispositivos da marca, o que tende a elevar os preços. Contra o Facebook recai o monopólio do mercado de redes sociais, levando em consideração a compra de concorrentes como WhatsApp e Instagram; o descaso com o zelo pelos dados dos usuários e, inclusive, a venda dessas informações sem consentimento ao mercado. Os impetrantes a Google e Amazon também levam em consideração a concorrência predatória, mas de forma mais incisiva. Essas empresas serão julgadas por agredir sistematicamente o livre mercado ao comprarem serviços e empresas de terceiros, de modo a atuarem no maior número de setores possíveis, o que prejudica a inovação e a concorrência. Fora isso, o Google será questionado sobre seu mercado de anúncios, e a Amazon sobre seu tratamento a vendedores terceirizados.

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Os depoimentos são desdobramentos dos processos abertos em junho do ano passado pelo Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos EUA, que abriu investigações antitruste contra quatro gigantes de tecnologia do país – Apple, Google, Facebook e Amazon. Outras companhias como Microsoft, Intel e IBM ficaram de fora. Ao mesmo tempo, o Departamento de Justiça abriu investigações contra o Google e a Apple e a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) contra a Amazon e o Facebook. “O subcomitê antitruste está investigando o domínio de um pequeno número de plataformas digitais e a adequação das leis e da aplicação antitruste existentes”, diz o presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jerrold Nadler, e o presidente do subcomitê antitruste, David Cicilline, em comunicado à imprensa no último sábado, 25. “Dado o papel central que essas corporações desempenham na vida do povo americano, é fundamental que seus CEOs estejam próximos. O testemunho deles é essencial para concluirmos essa investigação.”

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Para o especialista em estratégia corporativa Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting Corp, essas companhias aproveitaram-se de um ambiente pouco regulado e, conforme se tornaram grandes conglomerados do mundo digital, inviabilizaram a chegada de novos entrantes. “Apesar de ser contra à interferência do Estado, eu entendo que neste caso isso é um mal necessário”, diz. “Defendo o mercado livre, concorrencial. Mas, no mundo da tecnologia, a regra é ‘the winner takes it all‘. Isso não é culpa das Big Techs, elas fizeram bem seus trabalhos, mas a lógica do ambiente digital é que está errada”, complementa. A investigação contra as gigantes do ambiente digital pode implicar em recomendação, pela Câmara, para que o Departamento de Justiça abra processos antitrustes contra as empresas — de forma separada. Caso isso ocorra, de fato, poderá ser o início de uma nova era no ambiente digital, em que posições monopolistas e com grande escala em todo o mundo não serão mais toleradas.

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