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A visão de presidentes de Bancos Centrais sobre a persistência da inflação

No simpósio de Jackson Hole, nos EUA, banqueiros disseram que a inflação é ampla, veio para ficar e vai demandar ação contundente -- e mais altas nos juros

Por Larissa Quintino Atualizado em 29 ago 2022, 22h16 - Publicado em 27 ago 2022, 22h59

Os chefes de bancos centrais de todo mundo transmitiram uma mensagem severa e unificada sobre a necessidade de conter a inflação. Segundo eles, o problema é global, tem uma base ampla e veio para ficar, por isso, exige uma ação vigorosa. As declarações foram feitas no Simpósio de Jackson Hole, nos EUA. 

Os chefes do Banco da Inglaterra, Banco Nacional Suíço, Banco do Japão, Banco da Coreia e vários formuladores de políticas do Banco Central Europeu falaram no sábado no retiro anual do Fed de Kansas City, no Parque Nacional Grand Teton, em Wyoming. As declarações seguem a linha da fala de Jerome Powell, presidente do Fed. Na sexta-feira, Powell afirmou que o Fed deve aumentar as taxas de juros até que a inflação desacelere significativamente para a meta, de 2%. Na taxa anualizada, o índice está na casa de 8,5%. 

A alta nas taxas de juros vem sendo aplicada em todo mundo para conter a inflação. O Brasil, por exemplo, começou a ajustar as taxas no início do ano passado. Nas economias mais desenvolvidas como EUA e União Europeia, os ajustes tiveram início este ano.

Isabel Schnabel, membro do Conselho Executivo do BCE, falou para seus colegas agirem com determinação para abrandar os aumentos de preços que na Europa se aproximam dos 10% e nos EUA estão acima dos 8%. “Tanto a probabilidade quanto o custo da inflação alta atual se arraigar nas expectativas são desconfortavelmente altos”, disse Schnabel. “Neste ambiente, os bancos centrais precisam agir com força. Eles precisam se apoiar com determinação contra o risco de as pessoas começarem a duvidar da estabilidade de longo prazo de nossas moedas fiduciárias.”

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Segundo a agência Bloomberg, a economista reconheceu que havia um risco de recessão, mas disse que  “mesmo se entrarmos em uma recessão, temos basicamente pouca escolha a não ser continuar nosso caminho de normalização” – concordando com as observações de Powell no dia anterior de que “reduzir a inflação provavelmente exigirá um período sustentado de crescimento abaixo da tendência”.

Autoridades do BCE estão debatendo qual o tamanho do aumento da taxa de juros pode ser apropriado em sua reunião de setembro, com alguns argumentando que um aumento de 75 pontos-base deve pelo menos fazer parte da discussão. Em julho, o Conselho do BCE aumentou as taxas em meio ponto percentual.

Houve também uma discussão sobre por quanto tempo a inflação alta pode persistir. O presidente do Banco Nacional Suíço, Thomas Jordan, disse que fatores estruturais na economia podem contribuir para uma inflação persistentemente alta nos próximos anos, e que está se tornando mais ampla. “Há sinais de que a inflação está se espalhando cada vez mais para bens e serviços que não são diretamente afetados pela pandemia ou pela guerra na Ucrânia”, alertou.

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