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A resposta dos caminhoneiros à ameaça de falta de diesel e novo reajuste

Categoria deve parar por uma hora nesta quarta, em protesto contra os preços da Petrobras; motoristas cobram transparência sobre a situação de abastecimento

Por Larissa Quintino, Renan Monteiro Atualizado em 2 jun 2022, 09h30 - Publicado em 1 jun 2022, 11h14

Quatro anos depois da greve que parou o Brasil – e gerou inclusive falta de produtos nas prateleiras dos supermercados e de combustíveis nas bombas –, os caminhoneiros devem parar novamente. Desta vez, em um ato de uma hora, marcado entre as 12h e as 13h desta quarta-feira, 1º. Em mensagens que circulam pelos grupos de WhatsApp de motoristas, a orientação é parar em bases da Polícia Rodoviária Federal pelas estradas do país, em manifestação contra o aumento do preço do diesel e a política de preços da Petrobras.

O protesto – que pede para que os motoristas não fechem as estradas para atrapalhar o fluxo de veículos – ocorre após a ameaça de faltar diesel no país. A Petrobras alertou o governo de que, caso não sejam seguidas as políticas de preço, é possível que falte o combustível no país, já que no segundo semestre está previsto um aumento de demanda global e menor abastecimento por causa das sanções ao petróleo russo.  “Os caminhoneiros estão juntos”, disse o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS). “Essa história de faltar diesel é mais uma falácia e cortina de fumaça do presidente Jair Bolsonaro, que tenta imputar a terceiros a solução dos sucessivos aumentos dos combustíveis e do gás de cozinha. Bota o bode na sala para justificar não suspender o PPI”, argumenta o parlamentar. Wallace Landim, o Chorão, um dos líderes da greve de 2018, também confirmou adesão à manifestação. Nas mensagens convocando para os atos, os organizadores pedem a gravação de vídeos e fotos para fazer com que o recado chegue até o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Atualmente, o Brasil importa cerca de 30% do diesel consumido no país. A defasagem média do preço gira em torno de 0,37 centavos por litro, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). No ano, a Petrobras realizou três reajustes nos preços do diesel. No penúltimo aumento, o presidente Jair Bolsonaro destituiu o chefe da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, e, após o último, trocou o ministro de Minas e Energia (Bento Albuquerque por Adolfo Sachsida) e apontou mais uma troca no comando da estatal, tirando José Mauro Coelho, que estava no cargo há apenas 40 dias. O novo indicado para mandatário, o economista Caio Mario Paes de Andrade, ainda precisa passar por aprovação na governança da empresa antes de assumir. 

Os caminhoneiros questionam a política de reajuste de preços da Petrobras, que vem levando aos aumentos porque a petroleira pratica paridade com o mercado internacional. Segundo a Abrava, associação presidida por Chorão, também há falta de transparência do governo de Jair Bolsonaro e da própria Petrobras sobre o estoque de diesel e o risco de desabastecimento de combustível caso os preços não passem por novo ajuste. Vale lembrar que, em 2018, Bolsonaro contou com grande apoio da categoria durante a campanha, porém viu sua popularidade ruir conforme os preços subiam. O custo médio do litro do diesel está em 6,943 reais, o maior valor nominal da série histórica da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), iniciada em 2004.

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A política do Preço de Paridade Internacional (PPI) foi implementada em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer, e estabelece como referência os “preços competitivos no mercado internacional”.

Além da mudança na política de preços da Petrobras, os caminhoneiros demandam o piso mínimo do frete, pontos de parada seguros para os profissionais, a unificação dos documentos fiscais e aposentadoria com 25 anos de contribuição. “Governo quer dar bolsa-caminhoneiro. Caminhoneiro não quer assistencialismo. Caminhoneiro quer dignidade, quer piso mínimo do frete fiscalizado pela ANTT e que o presidente Jair Bolsonaro cumpra a promessa de campanha suspendendo a resolução 05/2017, que criou o PPI. Caminhoneiro não é moleque”, diz Crispim, presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Caminhoneiro Autônomo e Celetista.

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