A receita de Simone Tebet para acabar com a fome no Brasil
Apoiadora de Lula (PT), a senadora aposta que a vitória do petista é crucial para a retomada do investimento estrangeiro: "O Brasil está em liquidação"
Uma das propostas que mais chamavam atenção por parte da ex-presidenciável Simone Tebet (MDB) era sua defesa enfática por um projeto de erradicação da pobreza no Brasil. A senadora, que agora apoia o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, disse, em entrevista para as Páginas Amarelas de VEJA, que seu projeto não era presunção e que “não requer muita coisa” para que o país volte a crescer. “Basta mudarmos o governo”, garante ela.
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“A partir do momento em que nós garantirmos estabilidade política, tudo o que esse governo Bolsonaro não gera, não só os investimentos estrangeiros como os nacionais vão voltar, porque não falta dinheiro privado para ser investido no Brasil”, afirma a senadora.
Segundo o estudo “Mapa da Nova Pobreza”, divulgado em julho pela FGV Social, 62,9 milhões de brasileiros tinham rendimentos mensais na faixa de 497 reais, em 2021, montante que equivale a 29,6% da população total do país. Ainda de acordo com o levantamento, apenas dois estados conseguiram diminuir suas taxas de pobreza entre 2019 e 2021: Tocantins e Piauí. Para Tebet, a grande saída para a mudança desse cenário é a geração de empregos. “A gente fala muito em erradicar a miséria com Bolsa Família, com Bolsa Escola, com moradia e com transporte, mas o grande objetivo e o carro-chefe para fazer essa mudança e diminuir a desigualdade está no direito ao trabalho. Sob esse aspecto, é preciso de um governo que faça a roda da economia voltar a girar para gerar emprego”, afirmou.
Para ela, o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), gera instabilidade política, o que causa a fuga de investimentos para o país. “O Brasil está em liquidação, para o próprio investidor nacional e para os investidores estrangeiros, com o dólar a 5 reais. A eleição do Lula garantirá a estabilidade política para que a gente possa acabar com essas crises artificiais criadas toda semana por um governo que não sabe resolver os problemas reais do Brasil. É a estabilidade política que vai levar a um reequilíbrio entre os poderes, fazendo com que a máquina volte a funcionar”, afirma ela. “A eleição do Lula vai acabar com a crise artificial, garantindo segurança jurídica para os investidores estrangeiros, que são quem têm o capital para investir e fazer a máquina da economia girar. Para isso, nós também precisamos de uma reforma tributária que simplifique a tributação no país.”
Segundo o que indica o estudo “Expansão do Programa Auxílio Brasil: Uma reflexão Preliminar”, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e encomendado pelo atual governo, o incremento no benefício social Auxílio Brasil poderá reduzir em até 24% a extrema pobreza no Brasil até o final de 2022.