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“A porta para cortar os juros está aberta”, avalia economista Caio Megale

Economista-chefe da XP Inc vê sinalização clara da autarquia para iniciar ciclo de corte a depender somente da projeção do IPCA para 2025, hoje em 3,8%

Por Felipe Mendes 27 jun 2023, 11h29

Ex-secretário do Ministério da Economia durante o governo de Jair Bolsonaro, o economista Caio Megale, da XP Inc, prevê que o Banco Central começará a cortar a taxa básica de juros do país a partir da próxima reunião. Para ele, o cenário de controle da inflação, o arrefecimento do dólar frente ao real, a queda do crédito e o desenlace do arcabouço fiscal no Congresso são sinais positivos para que a autarquia, enfim, comece a iniciar um ciclo de queda nos juros — como sinaliza a da última reunião divulgada nesta terça-feira, 27.

“A única discussão relevante para começar a cortar os juros é a projeção da inflação no horizonte para 2025. Precisa saber se o Banco Central vai esperar a expectativa chegar a 3% para começar a cortar o juro ou se pode fazer isso se ela estiver caindo em direção a 3%”, diz Megale a VEJA. “Na minha visão, como o juro está muito alto, se ela estiver caindo em direção a 3% já é uma boa sinalização de corte. Se esperar chegar a 3%, o Banco Central pode correr o risco de errar a mão”. Hoje, o mercado projeta uma taxa de inflação de 3,8% para 2025.

Megale admite que o juro real do Brasil esteja mais alto em relação ao resto do mundo, mas aponta que esse cenário não foi criado pelo Banco Central, e sim pela manutenção dos dispêndios de recursos públicos após o período emergencial da pandemia de Covid-19. “O Brasil precisou ter um juro real maior para trazer a inflação para a meta porque nós tivemos entre 2021 e 2023, sobretudo no período eleitoral e depois com a PEC da Transição, um aumento das despesas públicas da ordem de 20% acima da inflação”, aponta. “Não estou dizendo que o governo atual fez essa expansão sozinho, porque boa parte dela foi feita no ano passado, mas que o país gastou muito em 2020 e 2021 para enfrentar a pandemia, e esse gasto não voltou ao nível pré-pandemia depois. Continuou lá em cima.”

A ata divulgada nesta terça-feira apontou que a maioria dos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) da autarquia vê espaço para cortar a taxa Selic na próxima reunião, a ser realizada em agosto. “A avaliação predominante [entre os integrantes do Copom] foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso [bem gradual] de inflexão [corte dos juros] na próxima reunião [marcada para o início de agosto]”, diz o Banco Central. Para Megale, a sinalização da autoridade monetária é clara: “A porta para cortar os juros está aberta”, conclui.

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