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A nova briga entre Itaú e XP se concentra nos cartões

Como o aumento da concorrência está motivando empresas a extinguir taxas e aumentar benefícios para não perder clientes

Por Luisa Purchio Atualizado em 25 mar 2021, 18h37 - Publicado em 25 mar 2021, 11h46

Na terça-feira, 23, Guilherme Benchimol, fundador e CEO da XP, deu início a mais uma briga contra os bancos tradicionais ao postar em seu perfil no Linkedin uma crítica às altas taxas de juros cobradas em cartões. O post foi uma forma de divulgar o novo cartão que está sendo lançado pela empresa e cumpriu bem o propósito de causar repercussão. Ao criticar os concorrentes, no entanto, incomodou e suscitou comentários contrários de executivos de empresas graúdas, inclusive do banco Itaú. As provocações marcam mais um capítulo da briga entre XP e Itaú.

Com o título “Corte a relação com o seu banco”, Benchimol afirmou que “além de cobrar anuidade e tarifas exorbitantes”, é preciso “gastar R.500 no cartão de crédito do seu banco, para receber um prêmio de 30 mil milhas” nos programas de pontos. Depois, o post provocou o leitor a imaginar “gastar os mesmos R.500 e receber 1% de volta direto na sua conta. Você receberá R5”.

Após o post de Benchimol, Carlos Formigari, diretor executivo do Itaú Unibanco, disse na mesma rede social que a “desinformação é um dos grandes problemas atuais e chegou ao segmento de cartões” e que precisa “corrigir os equívocos publicados por um de nossos concorrentes sobre os benefícios associados” aos cartões, enquanto defendeu os produtos do Itaú, citando os programas de fidelidade e as diversas formas de trocar vantagens. 

Post Benchimol

Essa não é a primeira vez que os dois gigantes brigam em público. Em 2019, em uma mudança de posicionamento, o banco Itaú divulgou uma propaganda em que atacava diretamente as corretoras, acusando os seus analistas de indicarem produtos atrelados a ganhos com comissões — no que foi visto com certa curiosidade, já que o banco era um grande acionista da XP.

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A agressividade no marketing vem ao encontro do aumento de competitividade no setor. Corretoras de investimento, casas de análise e bancos digitais pululam no Brasil na esteira da baixa de juros. A briga é pela conquista do cliente, que compara as taxas e vantagens oferecidas por cada empresa antes de selecionar uma para alocar os seus investimentos.

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(Linkedin/Reprodução)

No passado, o aumento da concorrência foi responsável por eliminar diversas taxas antes cobradas aos clientes que investissem em renda variável por corretoras e bancos e também para Títulos do Tesouro Direto e fundos de Previdência. Agora a entrada de bancos digitais que não cobram taxas de manutenção das contas correntes e do início do Open Banking está provocando os bancos a oferecerem mais vantagens para não perder clientes.

Cartões sem cobrança de anuidade, por exemplo, passaram a ser ofertados para uma gama maior de clientes, com critérios mais brandos de gastos, renda ou investimento mínimo. Em meio às disputas e brigas, os clientes torcem para que elas continuem motivando as instituições financeiras a reduzirem juros e oferecem mais vantagens.

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