Depois de um 2011 terrível para a Eurozona, 2012 deve ser o ano da verdade para a moeda, com o mercado pondo em cheque a continuidade de sua existência após dez anos desde sua criação.
“O que aconteceria com a Europa se o euro desaparecer?”, indagou o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
A pergunta é pertinente: após dez anos de história, os europeus estão diante de uma situação desesperadora, na qual precisam recuperar, antes de tudo, sua credibilidade.
“Estamos ante um momento crucial: os próximos dias e semanas determinarão o futuro do euro”, disse o Centro de Política Europeu (EPC) em um relatório.
“Não só a estabilidade da Eurozona está em perigo, mas todo o conjunto do projeto europeu”, disseram Janis A. Emmanouilidis e Fabien Zuleeg, do EPC, um centro de análise em Bruxelas.
A Eurozona se encontra asfixiada, com seus bancos precisando de capital, seus governos aplicando mais cortes e um descontentamento e frustração social crescente.
Caso não seja contida, a crise soberana europeia ameaça gerar uma recessão mundial pior que a gerada pela crise de 2008.
Além disso, a crise já derrubou dirigentes de dez países, com Grécia e Itália recebendo líderes tecnocratas.
Em um momento tão crítico, os especialistas advertem contra o aumento do populismo tanto de direita quanto de esquerda. A crise provocou ainda o fortalecimento de movimentos sociais como “os indignados”, que desde que se iniciou na Espanha, foi propagado pelo mundo todo.
Está claro com isso que 2012 será um ano determinante para a Eurozona, formada por 17 países que apostaram no euro como moeda.
Os críticos apontam a falta de reação e inoperância de seus dirigentes como causas da crise.
Sob pressão, os líderes da Eurozona tentarão acelerar o passo no combate à crise nesta quinta e sexta-feira, em Bruxelas.
Na pauta, estão medidas como uma maior união fiscal entre seus sócios, a ampliação do fundo de resgate e sanções automáticas, que visam tentar garantir a sobrevivência da moeda comum.