Senado vira “muro das lamentações” da reforma tributária
Casa foi tomada por lobistas e representantes de empresas que tentam convencer os senadores a aliviar a mão na discussão dos impostos
O Senado foi tomado, nos últimos dias, por uma legião de lobistas preocupados com os efeitos da regulamentação da reforma tributária para seus negócios. Todos, claro, querendo pagar menos imposto.
Diferentes senadores têm recebido as visitas desses representantes nos gabinetes. O Radar compilou alguns exemplos do que é dito nessas conversa.
O Nubank, por exemplo, acha que não deve estar no mesmo bolo dos bancos, por causa dos projetos sociais.
A Coca-Cola acha injusto estar na lista do imposto do pecado, ao lado do uísque e do cigarro. Eles argumentam que a justificativa de açúcar — aumento da obesidade — é equivocada, já que a própria cesta básica do governo tem… açúcar. Também diz que faz vários programas sociais e tem convênio com escolas para que alunos até 12 anos não tenham acesso a refrigerantes.
Também procuraram os senadores representantes de santas casas, de hospitais privados, de galerias de arte e empresas como o Mercado Livre, Uber, Avon…
O argumento mais ouvido nessas conversas é de que se sentem injustiçados com as mudanças na lei e querem ou mudar de categoria ou aumentar a faixa de isenção no texto em discussão no Senado.
“Todos estão fazendo contas e entendendo que seus impostos vão aumentar com essa reforma tributária. Todos querem ser exceção à regra. Coitado do (relator do projeto) Eduardo Braga”, brinca o senador Oriovisto Guimarães.