O que diz Arthur Lira sobre a privatização da Petrobras
Presidente da Câmara diz que polarização no Brasil é entrave e volta a criticar ICMS: 'mal gigantesco na conta do combustível'
O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) declarou nesta sexta não ver no horizonte a concretização de privatização da Petrobras — ao menos, não até o fim das eleições deste ano.
Lira sugeriu, inclusive, que o governo considere a venda da participação das ações da empresa sob controle do BNDES — cerca de 14% —, deixando de ter o controle acionário da estatal.
“Imagina, num Brasil polarizado como a gente vive, você votar uma PEC da Petrobras. A privatização completa, acho que o tempo talvez seja inadequado, muito pouco (…) O governo pode, por um projeto de lei, numa discussão mais rápida, vender as ações que têm no BNDES. Ele deixaria de ser majoritário e tiraria das costas essa responsabilidade da Petrobras”, declarou em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Lira voltou a defender o subsídio do óleo diesel para caminhoneiros e outras categorias como forma de conter a inflação e criticou a forma como é calculado o ICMS, afirmando que não são os governadores os responsáveis pelo aumento do combustível, mas sim o dólar e a alta do petróleo.
Nesta semana, a Câmara aprovou o projeto que limita o imposto sobre tarifas como combustíveis, transporte coletivo e energia elétrica. O texto segue para o Senado e o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, já se mostrou favorável. A proposta é fortemente criticada por governadores, que vão ver a receita dos estados reduzir consideravelmente.
“O ICMS é um mal gigantesco na conta do combustível. A alíquota de 34%, 30%, 29% em cima da cadeia. Isso por dentro e por fora ainda é muito maior à carga de imposto, 34% que você cobra chega a quase 50%. E 30% que você cobra chega a mais de 40% no final da cadeia. Então em alguns estados isso é metade do custo do que o usuário abastece seu carro ou paga sua conta de energia”, disse Lira.