Concessionária de Belo Monte refuta investigação do MPF sobre “ecocídio”
Norte Energia diz que os investimentos realizados em ações socioambientais representam quase 7 bilhões de reais desde o início do projeto
Na edição de VEJA que está nas bancas, o Radar revela que o MPF abriu um inquérito para investigar o possível cenário de “ecocídio” provocado pela operação da Usina de Belo Monte no Pará.
A Norte Energia, concessionaria de Belo Monte, refuta a iniciativa do Ministério Público. Em nota, diz que “os investimentos realizados em ações socioambientais representam quase 7 bilhões de reais desde o início da implantação do projeto, em 2010, em mais de 5.000 ações realizadas”.
“Conforme o Estudo de Impacto Ambiental, aprovado pelo Ibama, o projeto para a construção da hidrelétrica teve como premissa causar o menor impacto ambiental possível e gerar energia durante o inverno amazônico, normalmente entre os meses de dezembro e maio”, diz a Norte Energia.
“Todas as previsões feitas pelo Ibama, no Estudo de Impacto Ambiental, na ocasião da construção de Belo Monte, tinham um panorama de alta magnitude. No entanto, o impacto real causado até o momento nos dez indicativos (velocidade da água, transporte de sedimentos, floresta aluvial inundada, peixes, pesca, rendimento de pesca, condição de vida dos pescadores, mustelídeos e quelônios) do estudo apresenta outro panorama. Para velocidade da água e rendimento da pesca, por exemplo, o indicativo apresentado é de médio risco e para os outros oito indicativos, a realidade atual é de baixo risco e/ou impactos positivos. Esses são dados de cientistas renomados de universidades públicas do Brasil, integrantes do board de monitoramentos executados pela Norte Energia”, segue a concessionária.
A hidrelétrica, segundo a Norte Energia, gera 1.700 empregos na região onde está instalada: “Como consequência do desenvolvimento gerado pelo empreendimento, o percentual de moradores abaixo da linha de pobreza no município de Altamira, de 25%, em 2010, (Censo IBGE) caiu para 3%, em 2023. Os dados constam da Pesquisa de Condições de Vida aplicada pelo Programa de Monitoramento dos Aspectos Socioeconômicos da usina”.
Desde que entrou em funcionamento, há sete anos, Belo Monte repassou à Aneel 1,07 bilhão de reais em royalties, que são distribuídos à União, ao Estado e os municípios de influência do empreendimento.