Taxação de apostas deve financiar medidas na Amazônia, diz Barbalho
Em entrevista ao Radar Econômico, governador do Pará defende destinação de recursos para fomento à bioeconomia e combate ao desmatamento
Presidente do Consórcio da Amazônia, o governador Helder Barbalho (MDB-PA) propôs ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva que parte dos recursos oriundos da medida provisória que trata sobre a taxação de apostas esportivas tenha como destino políticas de fomento à bioeconomia e manutenção das florestas. Segundo a solicitação, o governo estima um aumento de arrecadação entre 12 bilhões e 15 bilhões de reais. “Estamos buscando uma fonte real que possa fomentar um modelo de desenvolvimento para nossa região. Se o Brasil ficar preso à filantropia e apenas a fomentos internacionais para este modelo de desenvolvimento sustentável, teremos um problema de calendário diante das mudanças climáticas que vivenciamos”, diz Barbalho em entrevista ao Radar Econômico.
“Fazemos uma sugestão ao governo e ao Congresso Nacional para que, a partir de uma nova receita, uma parte desses recursos seja usada para controle e fiscalização, investimentos em ciência e inovação para alavancar a bioeconomia e pagamento por serviços ambientais, além do estímulo ao mercado neutro de carbono”, diz. “Compreendo ser prioridade a agenda de sustentabilidade e é urgente que o Brasil construa uma agenda viável para a Amazônia. É necessário que busquemos fontes de recursos para escalar esse processo e não fiquemos exclusivamente dependentes de recursos estrangeiros”, afirma o governador.
“Essa é uma oportunidade para construir essa fonte em âmbito local, com impacto global positivo”, diz. “É um movimento de convencimento para que possamos, efetivamente, ter fonte de recurso que estruture a política nacional que fomente o ambiente de amadurecimento da lógica do desenvolvimento social, ambiental e econômico da região amazônica”, defende ele.
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