Shopee defende aplicação de tributação vetada por Lula
Grupo que controla a empresa asiática se manifesta favorável ao imposto até há pouco defendido pelo governo
O imposto sobre encomendas internacionais de até 50 dólares comercializados por pessoas físicas recebeu o apoio formal de companhia fortemente afetada pela medida, a Shopee. Em nota endereçada ao ministro Fernando Haddad, da Fazenda, o diretor global de operações do Grupo Sea, do qual a plataforma é subsidiária, diz estar em completa consonância com a proposta e celebra o incentivo à produção local brasileira. “[A política] está totalmente alinhada com a missão da Shopee de promover produtos locais e o empreendedorismo. Apoiamos totalmente esta decisão”, escreve o executivo Gang Ye.
Nesta terça-feira, 18, Haddad afirmou que o governo não vai mexer na isenção de 50 dólares das encomendas, apesar do apoio de companhias que serão afetadas pela regra como a Shopee e a Aliexpress, após um pedido do presidente Lula.
Segundo a carta da plataforma asiática ao governo brasileiro, 85% das vendas intermediadas pela Shopee são entre vendedores e compradores brasileiros, enquanto os 15% restantes se referem a importados. Assim, a companhia quebra com a ideia de ser uma simples ofertante de produtos vindos da China, minimizando o impacto negativo da taxação em seu negócio. Diz, inclusive, que pretende reduzir a proporção de produtos importados, em fomento ao empreendedorismo local.
A nota da Shopee foi enviada a Haddad na segunda-feira, 17, antes de o ministro anunciar que pretende abandonar o imposto sobre as importações. Nesta terça, 18, Haddad disse que o governo focará apenas na melhora da fiscalização de compras sobre as quais já há incidência de impostos.
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