Semana de indicação no BC tem Ibovespa no azul puxado pela Petrobras
Indicação do governo para o Banco Central, alarme falso de Tebet e dividendos da Petrobras marcam as movimentações do mercado financeiro

VEJA Mercado | Fechamento da semana | 8 a 12 de maio
A segunda semana de maio começou com uma sinalização importante sobre o futuro da relação entre o governo federal e o Banco Central (BC). O atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda e braço direito de Fernando Haddad, Gabriel Galípolo, será o novo diretor de Política Monetária do BC. A escolha foi, em geral, bem recebida por agentes do mercado. Galípolo é tido como um interlocutor equilibrado que tem boa relação com Roberto Campos Neto, presidente do banco. Há especulações, inclusive, de que o aliado dos petistas poderia tomar o lugar de Campos Neto ao final de seu mandato. A leitura de agências de risco internacionais é de que a inserção de Galípolo no BC fortalece um integrante benquisto da Fazenda.
O economista, entretanto, encontrará desafios na cadeira de diretor de Política Monetária. Como qualquer diretor, não influi sobre os juros sozinho, tendo que fazer articulações com os demais membros do Comitê de Política Monetária (Copom). Enquanto isso, a inflação segue encarecendo os produtos vendidos no país. Como divulgado na sexta-feira, 12, os preços registraram elevação de 0,61% em abril, conforme o IPCA, surpreendendo negativamente o mercado. Ocorreu o contrário do que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, havia afirmado na terça, 9, quando disse que a surpresa seria positiva — sinalização que beneficiou fortemente ações como as da Magazine Luiza e Via, dona da Casas Bahia.
A inflação acima do esperado poderia ter comprometido o desempenho do Ibovespa na sexta, mas outros fatos postos na balança fizeram com que o índice operasse em estabilidade e fechasse a semana com alta de 3,14%. O destaque ficou para a Petrobras, que divulgou um lucro expressivo de 38 bilhões de reais no primeiro trimestre e o pagamento de 24 bilhões de reais em dividendos aos acionistas. Os papéis da petroleira subiram cerca de 3,22% na esteira do anúncio, acumulando uma disparada de 7,36% na semana. Quando o assunto é o futuro da companhia, porém, a incerteza a respeito da nova política de preços da estatal segue gerando insegurança a quem investe em suas ações.
Para ficar no radar dos investidores, a segunda quinzena de maio deve ser marcada pela tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso Nacional. O relator do projeto enviado por Haddad, o deputado Cláudio Cajado (PP-BA) deve apresentar seu relatório à Câmara na próxima semana. Como sinalizado por Cajado, a expectativa é de que o texto votado pelos deputados seja um pouco mais rígido do que a proposta do governo, podendo, por exemplo, prever punições para o descumprimento da meta fiscal.
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