Por que a maior fabricante de ar-condicionado do mundo aposta no Brasil
A chinesa Gree tem expectativa de aumentar a produção no país; executivo vê pós-pandemia e dinheiro injetado pelo governo como indutores de consumo
Em um ano marcado por acertos de estoques, desorganização das cadeias de suprimentos, lockdowns e inflação, a produção da filial brasileira da fabricante chinesa de ar-condicionados Gree acabou sendo reduzida. Apesar da capacidade de manufaturar até 1 milhão de unidades ao ano, a empresa manteve uma média de 600 mil produtos. Mesmo diante do cenário adverso, os executivos acreditam que o momento maior de turbulência já passou e apostam em uma recuperação em 2023.
A estimativa da Gree é incrementar em ao menos 10% a produção no país. Segundo Nicolaus Cheng, diretor responsável pela marca no Brasil, estão na conta a injeção de dinheiro na economia do país com o pagamento do Auxílio Brasil, no segundo semestre e o calor de um país tropical. “Há uma demanda reprimida de consumo. No próximo ano, junto com o fator sazonal do verão, estimamos esse crescimento”.
A empresa também já traça planos para diversificar a gama de produtos oferecidos no país, trazendo eletroportáteis para o mercado no médio prazo.
A fábrica de Manaus da Gree é a primeira da gigante chinesa fora da China. De acordo com Cheng, os benefícios tributários da Zona Franca e a mão de obra qualificada da região fazem com que a região seja cobiçada por empresas chinesas. “A economia chinesa está desacelerando e há dificuldades em entrar em novos mercados, isso torna a América Latina muito interessante. Manaus está muito bem posicionada para esse mercado.”
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