PIB, inflação e tensão entre bancos: bolsa inicia semana em baixa
VEJA Mercado: Ibovespa se descola de bolsas internacionais em meio à expectativa pelo PIB do segundo trimestre e briga na Febraban
VEJA Mercado | Fechamento | 30 de agosto.
Cautela. Essa seria a palavra dos analistas para definir o humor dos investidores nesta segunda-feira. Mesmo com Nasdaq e S&P 500 renovando as máximas históricas nos Estados Unidos, os velhos problemas do Brasil impedem o Ibovespa de decolar. O índice fechou em queda de 0,78%, a 119.739 pontos. As atenções estão voltadas para a divulgação do PIB do segundo trimestre, que ocorrerá na quarta-feira, 1°. Hoje, o Boletim Focus previu, pela terceira semana consecutiva, uma desaceleração do crescimento do PIB no ano, para 5,22%. As instituições também aumentaram a projeção para a inflação, agora em 7,27% ao final de 2021. Somam-se a esses fatores o risco de racionamento de energia e as indefinições a respeito do orçamento.
Ainda no cenário doméstico, as tensões entre governo e Febraban pesaram negativamente na conta. Bradesco, Banco do Brasil — que deixou a Febraban após os conflitos — e Itaú fecharam em quedas de 1,07%, 1,05% e 0,72%, respectivamente. “Apesar da fala positiva do Fed na sexta-feira, a tendência do índice como um todo ainda é de queda, como nas últimas semanas, pelos nossos fatores internos”, avalia Braulio Fernandes, analista da Toro Investimentos. Petrobras e Vale recuaram 0,67% e 0,64%, em dia ruim da bolsa e de estabilidade na cotação das commodities. Poucos papéis se salvaram. Americanas fechou em alta de 2,69%, mas em função de sucessivos pregões ruins, uma vez que outros players do varejo caíram hoje. Minerva e Ambev subiram 1,08% e 0,82%, respectivamente, após a empresa de alimentos comprar dois frigoríficos na Austrália e a gigante de bebidas reportar vendas recordes no Zé Delivery, o aplicativo de delivery da companhia.
O dólar fechou praticamente estável, em queda de 0,18%, a 5,189 reais.