O Magazine Luiza promoverá neste sábado, 19, véspera do Dia da Consciência Negra, um evento que dará 100% de cashback para consumidores que adquirirem livros de autores negros em suas plataformas digitais (e-commerce e aplicativos). A ação tem sido promovida pela varejista desde 2020, somando 31.199 exemplares vendidos nas duas primeiras edições. Neste ano, 85 obras de autores negros brasileiros participarão do evento – entre os títulos estão desde clássicos como Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, a contemporâneos como Pacto da Branquitude, de Cida Bento, e Torto Arado, de Itamar Vieira Junior.

A filosofa Djamila Ribeiro, autora de obras como Pequeno Manual Antirracista, Lugar de Fala e Quem Tem Medo do Feminismo Negro?, valorizou a ação da varejista para disseminar a literatura negro-brasileira. “Ações como essa são importantes porque ajudam a disseminar o conhecimento para mais pessoas, ampliando a possibilidade de um aprofundamento para uma consciência maior da nossa população”, disse ela, ao Radar Econômico.

“A leitura de autores negros, sobretudo desses autores que trazem outras visões de mundo e possibilidades de existência, é fundamental para a gente conhecer a história da população negra não por uma perspectiva que muitas vezes coloca a população negra a um lugar subalterno, mas a partir da perspectiva da própria população negra, falando de sujeitos de resistência, sujeitos que elaboraram o mundo, sujeitos que construíram essa sociedade”, complementa a filósofa, que teve o livro mais vendido do país em 2020.

Membro da Academia Paulista de Letras, Djamila reconhece que há uma maior procura por autores negros, mas acredita que esse movimento só acontece por uma maior organização da comunidade negra. “Eu faço parte deste movimento, publico autores negros. Nos últimos cinco anos, publicamos mais de 25 livros escritos por autores negros e citamos uma série de outras autoras. Acho que os próprios movimentos das pessoas negras forçaram muitas grandes editoras a publicarem mais autores negros, a não mais fechar os olhos para essas produções”, afirma ela. “Estamos em maior número hoje, mas sobretudo por conta do trabalho dessas pessoas negras que impactaram de maneira decisiva o mercado estitorial.”

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