Nos EUA, empresas expostas a juro entram no radar, diz Santander
Na semana passada, o Federal Reserve, banco central americano, manteve a taxa básica de juros do país inalterada pela oitava reunião seguida
A iminência de um corte de juros nos Estados Unidos começa a estimular uma mudança no comportamento dos investidores, que vêm dedicando mais atenção a empresas mais sensíveis à mudança da política monetária. A leitura é de Guilherme Bellizzi Motta, analista de ações do Santander. “Minha percepção é de que o mercado está fazendo uma rotação para empresas com maior exposição aos juros”, afirma, em entrevista a VEJA.
Na semana passada, o Federal Reserve, banco central americano, manteve a taxa básica de juros do país inalterada pela oitava reunião seguida. No entanto, o dirigente da entidade, Jerome Powell, deu declarações que reforçaram a leitura do mercado de que há espaço para um corte de juros já em setembro.
Para Motta, a força demonstrada pela atividade americana com inflação mais controlada e, portanto, com mais espaço para afrouxamento monetário permite que empresas cíclicas entrem no radar com maior facilidade do que as “big techs”, gigantes de tecnologia que foram responsáveis pela ampla valorização dos índices da bolsa americana até aqui.
“Setores como indústria, utilities (saneamento e energia) e infraestrutura podem representar o próximo avanço do mercado, já que não ‘andaram’ como as companhias de tecnologia”, afirma. Entre as candidatas a uma maior procura dos investidores, Motta cita a Berkshire Hathaway, companhia de investimentos de Warren Buffett, além da empresa de energias renováveis NextEra Energy e a ferroviária americana Union Pacific. No segmento de consumo doméstico, Visa e Mastercard são as apostas, enquanto J.P. Morgan e BofA entram na lista no setor financeiro.