Ministério Público pode atrapalhar venda da Braskem
Odebrecht terá que explicar circunstâncias das garantias dadas a grandes bancos e se terá dinheiro para pagar acordos com governo se vender a petroquímica
O Ministério Público do Estado de São Paulo está pedindo explicações para a administradora judicial da Odebrecht sobre as circunstâncias em que as ações da Braskem foram dadas em garantia a bancos, o que pode ter prejudicado outros credores do grupo. O promotor Tiago De Toledo Rodrigues também pede esclarecimentos sobre se a empresa terá condições de continuar honrando os pagamentos dos acordos de leniência firmados com o Ministério Público Federal e a Advocacia Geral da União depois que vender a petroquímica. A manifestação do MP foi apresentada em um processo que corre juto com a recuperação judicial do grupo e que é promovido pelo ex-presidente da Braskem, José Carlos Grubisich. Grubisich não fez parte do mega acordo de delação premiada e chegou a ser preso nos Estados Unidos por conta das investigações. Como credor, tem cerca de 100 milhões de reais a receber da Odebrecht.
Os advogados de Grubisich alegam no processo que a Braskem responde por mais de 85% do grupo Odebrecht e, portanto, se for vendida não restará nada aos credores. A Braskem foi dada em garantia aos bancos Bradesco, Banco do Brasil, Santander, BNDES e Itaú já depois que a Odebrecht entrou em crise por conta da Lava Jato. Parte da garantia foi usada apenas para rolar dívidas da empresa. No plano de recuperação judicial, ficou acertado que a Odebrecht teria 3 anos para vender a Braskem e assim ressarcir os bancos. O que sobrar, será dividido entre os outros credores. Este processo judicial, que contesta a preferência dos grandes bancos, ameaça diretamente a venda da Braskem, que está em pleno andamento como informou o Radar Econômico. E a manifestação do Ministério Público a esta altura do campeonato traz uma incerteza ainda maior.
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