Lula entra em campo por concretização do negócio da J&F pela Braskem
O presidente trabalha para que oferta da J&F avance, ante resistência de Renan Calheiros
O Tribunal de Contas da União (TCU) deve analisar em breve o pedido do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para que a Corte bloqueie a transferência de ativos da Braskem “enquanto durarem as incertezas” sobre o tamanho do passivo ambiental causado pelo afundamento do solo em Maceió, capital de Alagoas, provocado pela exploração de sal-gema por parte da petroquímica. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou em jogo pessoalmente pela liberação dos ativos, trabalhando para atenuar a resistência de um dos principais credores da Novonor, antiga Odebrecht, e que as negociações pela Braskem avancem. Já Calheiros trabalha para suspender as negociações por meio do tribunal.
Como mostrou o Radar Econômico, a fatia da construtora na Braskem está perto de ser vendida para a J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, depois de uma proposta de 10 bilhões de reais pela parte da Novonor na petroquímica. A proposta enfrenta resistência de um dos credores por não cobrir as dívidas da antiga Odebrecht junto aos bancos — de 15 bilhões de reais. A expectativa de pessoas próximas à negociação é de que o imbróglio se resolva ainda nesta sexta-feira, 14, e a operação se concretize até a próxima quarta-feira 19. Como mostrou a coluna ainda nas eleições, Lula sinalizava que preferia que um grupo brasileiro controlasse a Braskem.