Governadores jogam problema dos preços do combustível para o dólar
Estados vão perder arrecadação se Senado aprovar mudança na forma de cobrança do imposto estadual sobre combustíveis
A batalha entre governadores e governo federal em torno dos preços dos combustíveis segue a todo vapor. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse ao Radar Econômico que não adianta nada os estados fazerem sacrifícios para reduzir preço de combustíveis com a mudança do ICMS se o governo federal cria crises como a que está sendo vivenciada nos últimos dias que levou o dólar acima dos 5,7 reais. O dólar é um componente importante para definição dos preços dos combustíveis pela Petrobras. A mesma visão é compartilhada pelo secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, que lembra que o problema econômico é tão grande que antes os preços das commodities subiam e o dólar caía, o que não está acontecendo agora. Os preços das commodities sobem, mas os dólares não chegam ao país. Meirelles também disse à coluna que os orçamentos estaduais são responsáveis por saúde, educação e segurança pública em seus estados.
Já o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), foi ainda mais contundente e disse que só haverá uma solução para o preço dos combustíveis se a Petrobras sentar na mesa de negociações. Casagrande elogiou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que segundo ele chamou os governadores para discutir a proposta de mudança de ICMS e também se comprometeu a trazer a Petrobras para a mesa. Casagrande e Leite participaram na noite de quinta-feira, 21, do evento de infraestrutura do GRI.
Os governadores costumam dizer que há anos não mudam as alíquotas do ICMS. O que é verdade. Mas por ser um percentual sobre o preço do combustível, a arrecadação dos estados sobe cada vez que o preço sobe e ainda encarece o preço final.