Como Lula e Bolsonaro melam os planos da Petrobras para refinarias
Economista antes cotado para presidir a estatal, Adriano Pires comenta os motivos da venda de refinarias estar empacada
Como parte do programa de desinvestimento da estatal, três refinarias da Petrobras tiveram seus prazos para venda estendidos nesta sexta-feira, 15. O processo ocorre em meio a incertezas que rondam a companhia, como as sucessivas trocas de sua presidência por Jair Bolsonaro e a aproximação da eleição deste ano. O tempo que potenciais compradores têm para manifestar interesse nos ativos, que terminaria nesta sexta-feira, 15, foi prolongado em duas semanas.
Em conversa com o Radar Econômico, o economista Adriano Pires, que quase presidiu a estatal, afirmou que o fator chave para a venda das refinarias é a disputa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro, do PL. “Ninguém vai comprar uma refinaria faltando cerca de dois meses para a eleição, considerando inclusive que o candidato que está na frente nas pesquisas já declarou que não vai privatizar refinarias — ao contrário, vai expandir o parque de refino via Petrobras”, diz. Nesse sentido, comenta que o prazo é irrelevante perante o risco gerado pela eleição: “O risco é muito grande para compra de um ativo caro como esse. A questão não é quanto tempo o comprador tem, mas o risco do momento político. Por enquanto essa venda não vai dar resultado nenhum.”.
O economista também compara o discurso de Lula com o de seu concorrente, o presidente Jair Bolsonaro. “Baseado no discurso de Bolsonaro, sua reeleição ocasionaria na continuidade do programa de desinvestimento, mas ele tem dito até mais, que pretende privatizar a Petrobras”, Pires comenta, dando uma leve risada ao final da frase.
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